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Ações de saúde mental nas empresas precisam ser baseadas em dados, afirma especialista

Especialista destaca que o uso de dados sobre bem-estar psicológico pode ajudar empresas a criar estratégias mais eficazes

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O aumento de afastamentos por burnout e outros problemas relacionados à saúde mental fez com que empresas brasileiras adotassem medidas para lidar com a questão.

Iniciativas como equilíbrio entre vida pessoal e profissional e canais de suporte aos funcionários foram implementadas.

Contudo, o CEO da Wellbe, Guilhermino Afonso, acredita que o monitoramento de dados sobre saúde mental é essencial para que as ações sejam realmente efetivas. Ele alerta que, sem essa base, as iniciativas podem se tornar superficiais.

Dados sobre uso de serviços de psicologia mostram diferenças entre gêneros

De acordo com dados da Wellbe, as mulheres representaram 56% dos usuários de serviços de psicologia no primeiro trimestre de 2024, contra 39% dos homens.

Apesar disso, a diferença está diminuindo em comparação aos anos anteriores, quando as mulheres buscavam esses serviços em uma proporção bem maior que os homens.

Guilhermino observa que isso pode ser um sinal de que campanhas de conscientização estão começando a surtir efeito entre o público masculino.

Tempo de afastamento por problemas de saúde mental tem diminuído

Outro dado relevante monitorado pela Wellbe é o tempo médio de afastamento relacionado a problemas de saúde mental.

Até agosto de 2024, a média de afastamento foi de 135 dias, uma redução em comparação com os 197 dias de 2023 e os 251 dias de 2022.

Guilhermino destaca que as empresas precisam analisar esses dados para evitar que os afastamentos se tornem um ciclo que sobrecarrega outros trabalhadores e gera mais problemas.

Questões financeiras e sociais impactam a saúde mental

A desigualdade de gênero continua a ser um problema no Brasil. Segundo o 1º Relatório Nacional de Transparência Salarial, divulgado em março de 2024, as mulheres ganham, em média, 19,4% a menos que os homens.

Mulheres negras, além de estarem em menor número no mercado de trabalho, enfrentam as maiores desigualdades salariais, ganhando cerca de 53% a menos que homens brancos.

Boas práticas para promover saúde mental no ambiente corporativo

Talita Matos, socióloga e fundadora da Singuê, ressalta que as empresas precisam estar atentas aos impactos da cultura organizacional na saúde mental dos funcionários.

Ela defende a implementação de programas de promoção de saúde e bem-estar, além de métodos de avaliação e monitoramento constantes.

A importância de dados no cuidado com os funcionários

Na Pixeon, uma empresa de sistemas de gestão para a saúde, o uso de dados é fundamental para entender o bem-estar dos funcionários.

Angélica Assunção, gerente executiva de pessoas, explica que a empresa oferece programas de saúde financeira, mental e física.

O PixMind, por exemplo, promove encontros mensais para discutir temas relevantes e oferece atendimento psicológico.

Cuidado com a saúde mental dos CEOs e líderes

Fernando Trota, CEO da Triven, fala sobre a importância de manter a saúde mental em dia.

Ele realiza terapia desde 2005 e, mais recentemente, buscou apoio especializado para lidar com os desafios de liderar uma empresa em crescimento.

Além disso, Fernando utiliza o ciclismo como forma de aliviar o estresse, praticando regularmente.

A rotina de cuidado mental de outros CEOs

Iara Sobrinho, CEO da Floway, busca uma abordagem equilibrada para cuidar de sua saúde mental, combinando atividades como pausas durante o trabalho, contato com a natureza e momentos de descontração com a equipe.

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