Do Micro Ao Macro

A importância dos varejistas de pequeno e médio porte para a construção civil brasileira

Estudo mostra como lojas de bairro movimentam o setor, influenciam decisões de compra e enfrentam desafios de gestão e digitalização

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Lojas de pequeno e médio porte são protagonistas na distribuição de materiais de construção no Brasil.

Com pontos localizados em regiões residenciais e comerciais, essas empresas atendem demandas que vão de reformas a manutenções cotidianas.

De acordo com Bianca Ferarezi, head de produto da Juntos Somos Mais — empresa de tecnologia que mantém um marketplace B2B que conecta varejistas do setor a fornecedores da indústria —, essas lojas cumprem papel operacional importante na cadeia da construção.

“Esse varejo tem alcance geográfico expressivo e garante o acesso da população a produtos essenciais. São negócios que atendem desde o consumidor final até pequenos profissionais da construção”, afirma.

A pesquisa realizada pela Juntos Somos Mais mostra que a maioria das lojas tem até oito funcionários, fatura em torno de R$ 1 milhão por ano e oferece um portfólio variado, com produtos hidráulicos, elétricos, ferramentas e ferragens.

Compra orientada por proximidade

O levantamento indica que 91% dos consumidores não pesquisam preços antes de comprar nesse tipo de loja. Além disso, 65% não consultam alternativas online.

Cerca de 97% dos clientes levam menos de 30 minutos para chegar até o ponto de venda.

Segundo Bianca, isso revela um padrão de consumo baseado na agilidade. “É uma compra resolvida de forma direta, sem comparações. A localização e o atendimento rápido influenciam mais que o preço final”, avalia.

Marcas definem escolha

A força das marcas também aparece como fator determinante nas decisões de compra.

De acordo com o estudo, 30% dos lojistas escolhem produtos com base na demanda dos clientes. Outros 26% optam por marcas mais conhecidas, independentemente da margem ou das condições comerciais.

“Isso mostra como a indústria tem espaço para atuar junto a esses lojistas, fortalecendo sua presença por meio de visibilidade e relacionamento”, destaca Bianca.

Estrutura impacta nas vendas

A pesquisa aponta que organização, atendimento e exposição dos produtos influenciam o desempenho comercial.

Falta de treinamento da equipe, estrutura física precária ou ausência de vitrines funcionais limitam a competitividade, mesmo em regiões com boa demanda.

“Investir em ambiente de loja e operação básica é necessário. Esses fatores determinam se a venda será concluída ou não”, afirma Bianca.

Digital como ferramenta complementar

A digitalização aparece como oportunidade de crescimento. Embora a maioria dos consumidores não compre online, o ambiente digital permite divulgar promoções, captar novos clientes e expandir o relacionamento com fornecedores.

Bianca destaca que a presença digital pode começar com ações simples. “Ter um perfil ativo nas redes sociais ou participar de marketplaces B2B já amplia o alcance e oferece acesso a mais produtos e melhores condições de compra.”

O uso de plataformas digitais também contribui para uma gestão de estoque mais eficiente.

Expansão depende de profissionalização

A pesquisa reforça a importância do varejo de pequeno e médio porte no abastecimento do setor da construção.

Para Bianca, esses negócios têm acesso direto ao consumidor e conhecem as necessidades locais. Mas precisam investir em modernização.

“A profissionalização da gestão, o uso de tecnologia e a integração entre canais físico e digital são fatores que podem melhorar o desempenho e garantir competitividade a longo prazo”, conclui.

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