Do Micro Ao Macro

66% dos brasileiros usam apps para fazer pagamentos e consultar saldo, diz pesquisa

Digitalização e democratização do acesso transformam a forma como as pessoas se relacionam com o dinheiro e com os serviços financeiro

66% dos brasileiros usam apps para fazer pagamentos e consultar saldo, diz pesquisa
66% dos brasileiros usam apps para fazer pagamentos e consultar saldo, diz pesquisa
Tarifa zero: acordos entre plataformas e aplicativos violam Marco Civil da Internet
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Nos últimos dez anos, a digitalização e o aumento do acesso aos serviços financeiros mudaram profundamente a relação das pessoas com o dinheiro no Brasil e em outros países da América Latina.

Antes, os brasileiros dependiam de agências bancárias (33%) e caixas eletrônicos (32%) para pagar contas.

Para consultar saldos, esses locais também eram os mais usados, com agências representando 25% e caixas eletrônicos 39%.

Atualmente, 66% dos brasileiros utilizam aplicativos financeiros para essas operações, revelando uma mudança significativa.

O levantamento “A nova relação com o dinheiro” foi realizado pelo Instituto Ipsos para o Nubank.

Foram entrevistadas 1.800 pessoas no Brasil, México e Colômbia, abrangendo diferentes gerações: Z, Millennials, X e Baby Boomers. O estudo mapeia como esses grupos utilizam e percebem os serviços financeiros.

Geração Z

A geração Z, com idade entre 18 e 25 anos, é a que mais adota serviços financeiros digitais.

No grupo, um em cada quatro nunca realizou depósitos em caixas eletrônicos, e 14% nunca sacaram dinheiro dessas máquinas.

Além disso, o Pix se destaca como a ferramenta mais usada por todas as gerações.

Em média, 75% dos participantes fazem transações recorrentes com o serviço.

“O estudo destaca o impacto que os aplicativos financeiros, como o Nubank, têm na transformação da relação das pessoas com o dinheiro”, comenta Livia Chanes, CEO do Nubank.

“Há dez anos, falávamos sobre digitalização para acesso e inclusão. Hoje, discutimos como essas plataformas são protagonistas na educação financeira, oferecendo ferramentas e orientações para poupar e investir, promovendo um comportamento financeiro mais saudável.”

Educação  digital

Aproximadamente 40% dos entrevistados afirmam que sua principal fonte de educação financeira são os sites e apps das instituições financeiras.

Em seguida, conteúdos digitais específicos, como redes sociais (30%), sites especializados (29%) e notícias online (25%), também são bastante utilizados.

No Brasil, o gerente de banco aparece apenas como a quinta opção para buscar informações financeiras. O levantamento revela um interesse crescente por educação financeira, com 84% dos brasileiros buscando informações sobre o tema. Na Colômbia, esse número chega a 95%.

Entre as gerações, mais da metade dos Boomers nunca recebeu instrução financeira. No entanto, 70% da geração X e 81% dos Millennials já tiveram algum nível de orientação.

Em relação a investimentos, 66% dos brasileiros e mais de 70% dos mexicanos e colombianos esperam recomendações de suas instituições financeiras.

“Vemos grandes oportunidades nesse campo. Queremos colocar um assistente financeiro no bolso de cada cliente, usando tecnologia para oferecer recomendações personalizadas e transparentes”, explica Livia.

No Brasil, o dinheiro ainda é associado a termos como “gastos”, “conta” e “controle”. No entanto, palavras como “planejamento”, “futuro” e “investimentos” também aparecem entre as mais citadas.

Nos três países estudados, o dinheiro deixou de ser apenas um meio para resolver problemas e passou a representar planejamento e segurança futura.

Guardar dinheiro para emergências é prioridade em todos os países e para todas as gerações. Metade dos entrevistados cita a “reserva de emergência” como o principal objetivo de investimento.

O hábito de investir é recente. Cerca de 50% dos brasileiros começaram a investir nos últimos dois anos. Na Colômbia e no México, esse percentual é de 42% e 44%, respectivamente.

Confiança

A pesquisa mostra que a maioria das pessoas (de 94% no Brasil e Colômbia a 97% no México) se sente segura ao realizar transações online.

A tecnologia é vista como um facilitador para a organização financeira nos três países.

No Brasil, 80% dos participantes afirmam que a possibilidade de checar o saldo no aplicativo contribui para seu controle e planejamento financeiro.

Atualmente, os apps das instituições são a principal ferramenta para planejar o orçamento mensal.

Os Millennials se destacam entre as gerações como o grupo mais atento ao planejamento financeiro, utilizando tanto aplicativos quanto planilhas para controle mensal.

A pesquisa indica que a maioria das pessoas começa a aprender sobre finanças aos 20 anos, sugerindo que a Geração Z está no momento de iniciar esse processo.

Metodologia

O levantamento da Ipsos foi feito online com 1.800 pessoas de Brasil, Colômbia e México, abrangendo diferentes faixas etárias a partir de 18 anos.

Os participantes foram divididos em quatro grupos: Geração Z (18 a 25 anos), Millennials (26 a 40 anos), Geração X (41 a 60 anos) e Baby Boomers (61+).

Foram consideradas pessoas de todas as regiões e classes sociais que utilizam serviços financeiros. A margem de erro é de 4 pontos percentuais.

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