Diversidade

Vendas da Nike aumentam 31% após campanha com Colin Kaepernick

Vídeo trouxe como estrela o jogador de futebol americano descartado por times após puxar protestos antirracistas, em 2016

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Na semana passada, a Nike enlouqueceu Donald Trump. Após lançar o lançamento de campanha publicitária, o presidente esbravejou no Twitter que “não sabia o que a empresa estava pensando”, prevendo boicotes e protestos contra a Nike. Ao contrário dos palpites do presidente americano, de acordo com a Edison Trends, empresa de pesquisa de mercado, apontou uma alta de 31% nas vendas na primeira semana de setembro, em comparação ao ano passado.

A birra de Trump se deve à escolha da mensagem e do protagonista do novo vídeo publicitário. Estrelado por Colin Kaepernick, jogador de futebol americano, o slogan é: “Acredite em algo. Mesmo que isso signifique sacrificar tudo. Apenas faça isso”.

Em 2016, Kaepernick atuava como quarterback em 2016 pelo San Francisco 49ers, na National Football League (NFL). Antes das partidas, durante a execução do hino nacional, Kaepernick dobrava um dos joelhos, como forma de protesto. “Eu não vou ficar de pé e mostrar respeito para a bandeira de um país que oprime pessoas negras e outras minorias”, declarou. Nasceu dali um movimento. Jogadores de todos os times passaram a repetir o gesto em outros jogos.

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Transmitido em rede nacional, o gesto foi magnificado pelo cenário de ebulição dos conflitos raciais no país. Ao final da temporada, o promissor Kaepernick anunciou que estava saindo do 49ers. Desde então, ainda não fechou contrato com nenhum outro time.

No fim do ano passado, durante um comício no estado do Alabama, Trump criticou os protestos, classificando o gesto como “antipatriótico” e sugerindo que os times deveriam demitir quem se recusar a ficar de pé durante o ato solene. Disse ainda que os jogadores que realizam esses protestos eram “filhos da puta”.

Foi justamente a história de luta contra o racismo de Kaepernick que o transformou em estrela da propaganda da Nike. Para representar outros atletas negros. E muçulmanos, refugiados ou com algum tipo de deficiência física – um mundo diversivo representado e desprezado por Trump e seus apoiadores.

Assista ao vídeo:

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