Diversidade

Partido Novo aciona STF contra normativa que proíbe terapias que prometem ‘cura gay’

Partido e instituto conservador tentam derrubar uma normativa que veda a associação de atividade profissional de psicólogos a crenças religiosas

Partido Novo aciona STF contra normativa que proíbe terapias que prometem ‘cura gay’
Partido Novo aciona STF contra normativa que proíbe terapias que prometem ‘cura gay’
Congresso Nacional recebe iluminação especial para celebrar o dia do Orgulho LGBTI+. Foto: Leopoldo Silva/Agência Senado
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O partido Novo e o Instituto Brasileiro de Direito e Religião acionaram o STF para tentar reverter resolução que veda a associação de atividade profissional de psicólogos a crenças religiosas e ações que “estimulem ou sejam omissas à intolerância” contra minorias.

Na prática, o texto tenta reverter a resolução dada pelo Conselho Federal de Psicologia em 1999, que, entre outras coisas, proíbe práticas como terapia de reversão sexual e de gênero, conhecidas popularmente como “cura gay”.

A medida é criticada por grupos religiosos, que acusam a normativa de ferir o direito ao livre culto. A alegação é de que, embora o país seja laico, os profissionais da área de psicoterapia têm direito de aderir e expressar uma religião de forma pública – incluindo na maneira como exercem seu trabalho.

A ação afirma que a normativa fere a Constituição Federal ao proibir a livre expressão da fé. A partir disso, o texto utiliza da ‘inconstitucionalidade gerada’ para pedir a suspensão da norma até o julgamento do caso.

No texto, a resolução não veta a liberdade religiosa, mas sim determina que o exercício profissional deve ser fundamentado em princípios, conhecimentos e técnicas reconhecidas na ciência psicológica, na ética e na legislação profissional que garante os direitos fundamentais do cidadão. A ação protocolada ao STF aguarda a decisão do relator, o ministro Alexandre de Moraes.

A intentona de promover terapias LGBTfóbicas  análogas à cura gay vai em desacordo com a definição de 1990 da Organização Mundial da Saúde, que deixou de reconhecer a homossexualidade como uma doença.

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