O Movimento Cores, um grupo evangélico que acolhe pessoas LGBT+, decidiu desvencilhar-se da Igreja Batista da Lagoinha, liderada pelo pastor André Valadão. A declaração ocorre após o líder da comunidade evangélica promover uma verdadeira cruzada contra o mês do orgulho e incitar fiéis a matarem LGBTs a mando de Deus.
O grupo de fiéis se reunia em uma célula da igreja em Belo Horizonte (MG). As reuniões eram compartilhadas apenas nas redes do grupo – e, segundo apuração da Folha de S. Paulo, nunca foram divulgadas publicamente pela igreja de Valadão.
Embora o grupo seja formado por pessoas LGBTs, a vivência da orientação sexual não é recomendada. Filha de pastor e mulher lésbica, Priscila Coelho, a fundadora do grupo, opta pelo celibato e recomenda aos demais integrantes. Embora não utilizem o termo ex-gay, optam pela escolha de “ex-praticante”.
Após o escândalo trazido pelas declarações de André Valadão, a rede de Igrejas da Lagoinha se manifestou e afirma ter sempre atendido integrantes da comunidade LGBT+. “Foram milhares de pessoas assistidas num trabalho realizado muito antes da existência do movimento cores, e que continuará contemplando todos que buscam a palavra de Cristo”, diz trecho do comunicado da rede.
O Ministério Público Federal no Acre e em Minas Gerais instaurou dois procedimentos que investigam o pastor André Valadão pelo crime de homotransfobia. O órgão ressalta que a pregação feita por Valadão durante o mês de junho extrapola os limites da liberdade religiosa e de expressão com o objetivo claro de instigar as pessoas contra a aceitação da população LGBT+ e que se seu discurso tem o potencial de aumentar a violência sofrida por essa parcela da população.
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