Brasil registrou ao menos 66 casos de LGBTfobia ligados ao futebol em 2023

Levantamento dos casos foi realizado pelo Observatório da LGBTfobia no Futebol

Camiseta da torcida organizada LGBTricolor. Foto: Reprodução/redes sociais

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O Brasil registrou pelo menos 66 casos de LGBTfobia ligados aos campeonatos de futebol até o último domingo 12. É o que revela o levantamento feito pelo Observatório da LGBTfobia no Futebol, organizado pelo Coletivo de Torcidas Canarinhos LGBTQ+.

Segundo o organizador do coletivo, Onã Rudá, embora o levantamento abarque todos os campeonatos, o número poderá ser ainda maior até o encerramento do campeonato Brasileirão. Outro fator relevante é a subnotificação e o desencontro de informações com registros divergentes em boletins de ocorrência que não caracterizam os ataques como LGBTfobia.

Até o momento, o ano de 2023 registrou apenas oito casos a menos que o total em 2022, com 74 ocorrências. A LGBTfobia em campo não se resume aos casos de violência física, ela também está presente nos cânticos homofóbicos e nas ameaças verbais proferidas aos jogadores e torcida adversária.

Homofobia institucionalizada

O relatório também registrou o uso da camisa 24 na última Copa São Paulo, onde apenas 34 dos 128 times participantes inscreveram jogadores com o número. Embora seja de livre escolha, o número 24 é popularmente associado ao veado pela representação no ‘jogo do bicho’.

A associação defende que, embora não mude concretamente o combate efetivo a homofobia, a resistência ao uso do número 24 expõe o preconceito estrutural e enraizado presente no futebol brasileiro.


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