Diversidade
As novas caras feministas no Congresso Nacional
Com o crescimento da bancada de extrema direita, cresce também o número de mulheres feministas
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Com o crescimento da bancada de extrema direita, cresce também o número de mulheres feministas
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Sâmia Bomfim entrou na última chamada para a Câmara dos Vereadores de São Paulo. Ficou com a última vaga ao receber pouco mais de 12 mil votos. Áurea Carolina teve votação mais expressiva: 17 mil votos – e foi a vereadora mais votada na Câmara de Belo Horizonte. Talíria Petrone e Fernanda Melchionna também receberam mais votos do que todos os outros candidatos em Niterói e Porto Alegre, respectivamente.
Durante seus mandatos, as quatro parlamentares do PSOL fizeram barulho. Cada uma a seu modo – mas todas feministas.
Áurea batizou seu mandato coletivo de Gabinetona, criou projetos culturais e sociais, e trabalhou para envolver a população toda em seus projetos e pautas. Talíria fez o mesmo, com um gabinete itinerante, e projetos de lei ligados aos direitos das mulheres. Sâmia levantou a mesma bandeira de proteção às mulheres e esteve ao lado dos professores quando o ex-prefeito João Dória quis fazer uma reforma da Previdência municipal.
Fernanda tem mais tempo de casa. Ao longo de seus três mandatos como vereadora, ajudou a impedir o aumento do salário dos parlamentares da Câmara, em 2011, e, entre outras lutas, apresentou projetos em defesa da vida das mulheres, como a instalação obrigatória de placas com o número 180 – disque denúncia da violência contra a mulher – em estabelecimentos comerciais e aprovou campanhas de combate ao assédio sexual no transporte coletivo.
Precisou de pouco tempo para todas crescerem entre os eleitores: no último domingo 7, as quatro somaram mais de 600 mil votos. E, em 2019, estarão juntas, cada uma representando seu estado, no Congresso Nacional como deputadas federais.
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Terão ao seu lado um Congresso com recorde de mulheres: 77 foram eleitas – contra 51 em 2014 -, embora ainda estejam longe de ser maioria, com apenas 15% das vagas. A bancada do PSOL também cresceu: passou de 6 para 10 parlamentares. Em contrapartida, o PSL de Jair Bolsonaro saltou de 1 para 52 parlamentares, e só fica atrás da bancada petista.
Ou seja: a ala conservadora ficou ainda mais conservadora, num momento em que dobraram a presença de mulheres feminista no Congresso. “Com essa galera numa linha tão agressiva não dá pra pensar que a gente conseguirá construir algo novo com eles, esse diálogo só é possível dentro do campo democrático”, conta Áurea.
“Será um congresso de muito enfrentamento, com visões muito distintas de mundo. Teremos muito trabalho para barrar o retrocesso”, afirma Sâmia.
E, ainda que seja um trabalho duro, elas aceitam o desafio. Só as diversidades feminina e racial já mudam o cenário e levantam novos debates. “Sujeitas que historicamente não foram protagonistas no espaço de poder, mulheres negras, de periferias e LGBTs, agora assumiram esses postos. Mulheres negras que expressam demandas feministas e antirracistas viraram protagonistas. Isso é novo”, diz Áurea.
“Quando não se sentem representadas, as pessoas se afastam da política. E a política ainda é entendida como aqueles homens engravatados, ricos, corruptos”, afirma Talíria. “Ter ampliado a bancada de mulheres, de mulheres negras, em especial, isso coloca dentro do parlamento uma maior diversidade de pessoas, que reflete a diversidade do povo. E vejo isso como uma possibilidade de a gente aproximar a política do seu lugar, que é na vida das pessoas”, conclui.
Essa aproximação entre política e pessoas é o que as três querem – e não apenas ocupar o poder. Querem colocar o povo no centro de seus mandatos.
“Estamos ocupando espaço de poder justamente para potencializar as lutas. Tão importante quanto defender agendas e discursos é construir no cotidiano as nossas alternativas, com formação política, de mobilização social, autonomia política”, conta Áurea.
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“Se eles crescem na política institucional, a gente precisa crescer nos jardins mais populares, voltar ao trabalho de base”, complementa Talíria. Ela quer levar a ideia do gabinete itinerante, que a cada semana passava por um canto diferente de Niterói, entre favelas e bairros populares, a todo o estado do Rio de Janeiro.
“Precisamos aproximar os mandatos da vida real, da mulher que não tem onde deixar o filho porque não tem vaga na creche. Só assim a gente amplia o espaço dessa minoria no Parlamento. E é essa a responsabilidade dessa nova bancada feminista do campo progressista.”
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