Diversidade
Aluno que pregou morte de negros é expulso da Universidade Mackenzie
Ministério Público transferiu denúncia da área civil para a criminal, que pediu abertura de inquérito policial


A Universidade Presbiteriana Mackenzie expulsou Pedro Bellintani Baleotti, estudante de Direito da instituição, por ter gravados vídeos racistas e ameaçadores que viralizaram nas redes sociais. O aluno, apoiador da candidatura de Jair Bolsonaro, chegou a ser suspendo na das atividades acadêmicas.
O caso também está na 3ª Promotoria de Justiça Criminal, que solicitou instauração de inquérito policial. A expulsão do estudante ocorreu no final de 2018, mas só foi divulgada nesta quinta-feira 10.
Em nota, o reitor da universidade, Benedito Aguiar Neto, confirmou a saída do estudante e ressaltou: “a instituição não coaduna com atitudes preconceituosas, discriminatórias e que não respeitam os direitos humanos”.
Em um dos vídeos viralizado em outubro de 2018, o então universitário, vestido com uma camiseta com a imagem de Bolsonaro, diz: “Estou indo votar ao som de Zezé, armado com faca, pistola, o diabo, louco para ver um vadio, vagabundo com camiseta vermelha e já matar logo”.
Em outro momento, Baleotti filma dois negros em uma motocicleta e grita: “Tá vendo essa negraiada? Vai morrer. Vai morrer. É capitão, caralho”.
As imagens revoltaram colegas do Mackenzie e fez com que centenas de estudantes protestassem na sede da faculdade e exigissem da direção um posicionamento.
➤ Leia também: Estudante que pregou morte a “negraiada” é suspenso do Mackenzie
Dias depois o reitor anunciou a suspensão do estudante por um período não informado. Embora tenha sido gravado “fora do ambiente da universidade”, afirma o texto, “o discurso incita a violência, com ameaças e manifestações racistas”.
Depois disso, novos vídeos do jovem surgiram. Em um deles, sem camisa e com uma arma na mão, o universitário enaltece Bolsonaro. Segundo Baleotti, o “povo precisa” do presidente eleito.
O estudante também foi dispensado do estágio no escritório de advocacia DDSA, de São Paulo. Em nota, os sócios declararam que o escritório “repudia veementemente qualquer manifestação que viole direitos e garantias estabelecidos pela Constituição Federal”.
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