Cultura

Vítimas de golpista do Tinder lidam com dívidas e fazem ‘vaquinha’ para arrecadar R$ 4 milhões

O homem, que foi preso entre 2015 e 2017 na Finlândia, está hoje longe das grades

(Reprodução)
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Ayleen Koeleman, Cecilie Fjellhøy e Pernilla Sjoholm, que foram extorquidas pelo israelense conhecido como Golpista do Tinder, ainda pagam as dívidas contraídas enquanto se relacionaram com o criminoso. O homem arrancou cerca de US$ 10 milhões de várias mulheres na Europa por meio do famoso aplicativo de relacionamento amoroso. No último domingo (6), o trio lançou uma vaquinha, na internet, para arrecadar 600 mil libras, o equivalente a mais de R$ 4 milhões, e sanar os prejuízos.

Israelense que deixou seu país de origem em 2011, após ser indiciado por fraude, Shimon Hayut, de 31 anos, é investigado por um complexo esquema criminoso. Fingindo-se passar por Simon Leviev, herdeiro do magnata Lev Leviev, o rapaz seduzia mulheres pelo aplicativo de namoro e depois afirmava correr perigo. Revelava, então, que estava sendo perseguido por rivais no negócio e pedia para usar o cartão de crédito das moças, por um período curto.

A seguir, saiba como estão as vítimas do golpista, tema do documentário “O golpista do Tinder”, lançado nesta semana pela Netflix.

Solteira, Cecilie  Fjellhøy voltou, recentemente, ao Tinder, onde ainda tenta buscar… um amor verdadeiro. Depois de ser enganada pelo vigarista, ela criou uma organização sem fins lucrativos em prol da conscientização sobre fraudes na internet. A ONG pretende “criar mudanças na legislação e ajudar as vítimas a obter ajuda adequada, tanto mental quanto juridicamente”.
“Desnudar-se para um público tão grande é assustador. Então, ver a manifestação de apoio de tanta gente é simplesmente incrível”, escreveu Cecilie, em post no Instagram. “Essas lágrimas não são de fraqueza, e podem ser curativas e poderosas. Estou grata por, finalmente, ser vista como um ser humano”, afirmou ela.

Ayleen Koeleman e Pernilla Sjoholm lidam com a ajuda de amigos e familiares para superar os problemas psicológicos e financeiros causados pelo israelense. As duas são hoje melhores amigas de Cecilie e passaram a usar as redes sociais para alertar outras mulheres sobre o assunto.

Shimon Hayut, que se passava por Simon Leviev no Tinder, hoje vive em Israel como um homem livre. Ele nunca foi formalmente acusado de aplicar golpes em mulheres. Após o lançamento do documentário, o rapaz, que atualmente namora uma modelo israelense, foi banido do Tinder.

O homem, que foi preso entre 2015 e 2017 na Finlândia, está hoje longe das grades. Em 2019, após ser detido com um passaporte falso na Grécia, o criminoso foi condenado a 15 meses de prisão em Israel, seu país de origem. Ele cumpriu apenas cinco meses da pena devido ao “bom comportamento” e a uma política que visava diminuir a lotação nos presídios em tempos de Covid-19.

Shimon Hayut, aliás, mantém ativo um perfil no Instagram. Na manhã desta segunda-feira (7), o israelense publicou, por meio do Stories, uma mensagem em que avisava que dará a própria versão da história na próxima sexta-feira (11). “Se eu fosse uma fraude, por que eu iria aparecer na Netflix? Quero dizer, eles deveriam ter me prendido quando ainda estavam filmando. É hora de as senhoras começarem a dizer a verdade”, escreveu ele, dono de um site que oferece “conselho comercial” para empreendedores.

 

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