Cultura

Virada Cultural tem mais de 900 atrações. O que ver?

Jornalistas e personalidades dão dicas do que assistir no mar de opções neste fim de semana

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São Paulo vai receber mais de 900 atrações na Virada Cultural neste fim de semana. Para você não ficar perdido em meio a tantos palcos e opções, juntamos algumas dicas com jornalistas (da casa e convidados) e personalidades. Clique nos nomes abaixo para conferir o que eles vão ver no final de semana:

Alê Youssef, um dos curadores da Virada
Amauri Gonzo, editor do site Soma
André Maleronka, editor da Vice
Camilo Rocha, DJ e jornalista do Estadão
Eduardo Nunomura, editor do site Farofafá
Flávia Durante, Dj e editora dos sites da Trip e Tpm
Leo Madeira
Lino Bocchini, editor de mídia on-line da CartaCapital
Marcos Sergio Silva, editor da Revista Placar
Piero Locatelli, repórter da CartaCapital
Tory Oliveira, repórter da Carta na Escola

 

Alê Youssef, um dos curadores da Virada

Tem tanta coisa boa que vou adotar um estilo “shufle” de ver a Virada. Gal, George Clinton, Mos Deff e seu Black Star, Racionais, Criolo com Ilê Ayê, Leandro Lehart, Cacique de Ramos e Kaoma serão  pontos de referência para eu sair de um palco para outro e circular para ver algum disco clássico no municipal, os mappings desenhando os prédios, as instalações no Palacio da Justiça e na rua, o palco dos Saraus da periferia, a mistura de techo brega com axé no Arouche, as pistas de funk e do noite viva com os melhores DJs do brasil e o palco Cabaré que tem um fetiche que é a cara da noite da cidade.

Amauri Gonzo, editor do site Soma

Eu vou na Virada desde que moro em São Paulo. A minha primeira foi a fatídica de 2007, com Racionais de graça na Praça da Sé – como diz o rapper Bino, “quem abriu foi o DJ Premier e que fechou, infelizmente, foi os gambé”. Cheguei a cobrir a Virada por dois anos, sempre na madrugada, na raça. A bagunça, o rolê, me atrai tanto ou mais do que as atrações musicais em si. Dos diferentes artistas que quero conferir em 2013, o palco que mais quero ver é o Palco TEST. Criado pelo duo de grind-speed-death-metal-core paulistano, já acostumado a fazer shows relâmpagos nas portas de shows de metal SP afora, o palco reúne diferentes trutas do som extremo num lance totalmente pirata, com palco mmntado no chão, sem cachê e nem auxílio de custo para a gasolina do gerador. Quer um rolê mais rua que esse?

E ó o link do evento:
http://www.facebook.com/events/158846310962125/

André Maleronka, editor da Vice

Todo ano colo na Virada, e em geral me divirto bastante. Entendo que o frenesi dos ambientes mais lotados incomode algumas pessoas, mas eu realmente curto — por exemplo, um dos meus objetivos é sempre conseguir tomar o tal “vinho químico” (ano passado não consegui). Os shows mais interessantes que vi nesses anos do evento foram nacionais, mas agora o que eu mais quero ver é o Black Star. Eles têm um disco só, mas ele é irretocável e foi muito importante na época. Tematicamente, foi um dos grupos que reinventou o rap politizado; musicalmente eles apresentaram maneiras arejadas de arquitetar os samples de jazz funk. Já apresentações solo de ambos mais de uma vez, e sempre foram incríveis, juntos deve ser um apavoro.

Camilo Rocha, DJ e jornalista do Estadão

Imperdível para mim na Virada será o show do Funkadelic, a nave-mãe do funk psicodélico do mestre George Clinton. Espere virtuosismo instrumental, suinge pesado e extravagância doidivana.

Eduardo Nunomura, editor do site Farofafá

Entre jornalistas, produtores culturais, artistas e políticos, parece claro que há muitas expectativas em relação a esta Virada. Como o modo PT vai tocar um projeto criado pelo PSDB? Mas meu palpite é que a maioria da população não está nem aí para essa discussão. O importante é ter bons shows. E isso, como nas outras edições, não vai faltar. Minha maior curiosidade será, então, acompanhar a reação do público na pista Alfredo Issa. Os principais nomes do funk paulista passarão por esse espaço, que não foi considerado “palco” pela organização do evento. MCs Dedê, Backdi, Bio G3, Nego Blue, Boy do Charme e Menor do Chapa, entre outros funkeiros, são responsáveis pelas maiores audiências do YouTube. Estão também nas danceterias ricas da cidade, onde não há repressão, e nas esquinas das periferias, onde um forte movimento de repressão policial procura criminalizá-los. No espaço midiático, em geral, é essa a versão que prevalece – o funk é baixa cultura, não vale nada. É uma relação de amor e ódio na sociedade, que desta vez ganha a força e a legitimação da Prefeitura. Vale conferir.

Flávia Durante, Dj e editora dos sites da Trip e Tpm

Na Virada não dá pra perder nunca o palco brega do Largo do Arouche. A qualquer hora sempre tem uma boa atração! Assistir a programação de cinema na Virada é uma experiência inesquecível, todos entram no clima do filme, muitos fãs vão até fantasiados dos personagens. Não perca a noite de terror underground no Cine Olido! Quem quer entender o “funk ostentação” tem uma boa chance na pista Alfredo Issa. Nomes como Boy do Charme, Menor do Chapa, MC Guimé, além dos convidados do produtor e diretor santista Kondzilla se apresentarão por lá representando o funk paulista. Entre os shows, não quero perder o do Marcos Valle, do Eumir Deodato e da Wanderléa! Vamos prestigiar os grandes nomes da nossa música enquanto eles estão alive and kicking.

Leo Madeira

Por experiência, eu sei que fazer um roteirinho todo programado pra Virada nunca dá certo, pois é tanta coisa, que rapidamente a programação vai pro espaço. Mas duas atrações gringas me chamaram atenção neste ano. Vou tentar conferir a lenda George Clinton na Júlio Prestes e o James Chance & The Contortions, expoente de um movimento musical muito interessante de NYC circa 1980, a no-wave.

Lino Bocchini, editor de mídia on-line da CartaCapital

Vamos aproveitar a nova Viradinha Cultural e vamos, eu e minha mulher (Paula Chrispiniano, diretora do GNT Fashion), levar nosso filho Raul, de 2 anos, ao show do Palavra Cantada no Parque da Luz, sábado 19 h. Depois, ainda com ele, vamos passear um pouco pelo centro sem destino, uma das coisas mais legais de se fazer na virada. Domingo começamos cedo, no Pia Fraus, 10 h também na Luz, e seguimos pro Ilê Ayê no Arouche, às 11 h. Almoço na casa da vó pra deixar o filhão, e 15h estaremos na Julio Prestes pra ver Racionais e, se nada atrasar, pegamos a Fafá de Belém 17 h no Arouche. E, em algum momento certamente passaremos pelo palco funk, a grande novidade da virada 2013.

Marcos Sergio Silva, editor da Revista Placar

Dia 18 Palco Praça da República 18h00 Raça Negra /// Pagode romântico? Eu gosto.

Palco Júlio Prestes 21h00 Gal Costa /// Um show de Gal é sempre um show de Gal – e “Recanto”, de 2011, é um disco bonito e difícil, mas que funciona no palco.

03h00 George Clinton e P. Funk (EUA) ///  Grande momento da Virada. Uma lenda do funk, amparada por músicos do Parliament/Funkadelic e uma ótima banda de introdução, o Black Star.

Theatro Municipal 06h00 Walter Franco /// Toca o disco “Revolver”, de 1976, de “Canalha” e “Feito Gente”

09h00 Wanderléa  /// “…Maravilhosa”, de 1972, rompeu com a Jovem Guarda misturando clássicos de Assis Valente aos tropicalistas.

12h00 Jorge Mautner  /// O disco de 1974 é um clássico tropicalista sob direção de Gilberto Gil. Chance única.

Palco Praça da República 14h00 Almir Guineto  /// Um gênio do partido alto para assistir devidamente cachaçado.

Palco Largo do Arouche 17h00  Fafá de Belém  /// Porque populismo é bom e a gente gosta.

Piero Locatelli, repórter da CartaCapital

Ver Mos Def e Talib Kweli juntos, quinze anos depois deles gravarem o Black Star, é o que mais espero da Virada. Não se trata de mais um show caça-níquel e saudosista de artistas no ostracismo: eles passaram os últimos quinze anos gravando sons incríveis, fazendo um rap engajado que poucos sabem fazer como eles. O setlist dos shows deles tem sido um mistura de tudo o que os dois já fizeram. Imperdível.

Tory Oliveira, repórter da Carta na Escola

Acho que esse ano vamos nos hospedar em um hotelzinho do centro para ficar mais perto da muvuca. Os planos são assistir ver Marina de La Riva e a programação Brasileira-Cubana do Sesc Consolação, o show do Black Star (00h00) no Palco Júlio Prestes, flanar por aí e amanhecer com Elza Soares e Gaby Amarantos. No dia seguinte, Racionais.

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