Cultura

Vibração passada

Tropicália, de Marcelo Machado, nos remete ao passado para uma verificação de valores e contexto

Divino, maravilhoso. Gal Costa, atenta e forte, no embalo contagiante de tempos idos
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Tropicália


Marcelo Machado

Se há uma diferença a ser apontada entre dois documentários que não por coincidência repensam o movimento tropicalista neste momento, esta é justamente relativa ao tempo. Embora independam de uma justificativa, pois revisões são sempre bem-vindas, pode-se dizer que Futuro do Pretérito – Tropicalismo Now!, de Ninho Moraes e Francisco Cesar Filho, nos mantém com os pés no presente a apontar a influência sempre à porta, enquanto Tropicália, de Marcelo Machado, nos remete ao passado para uma verificação de valores e contexto. É talvez mais interessante iniciar ou relembrar a importante contribuição à MPB pela proposta de Machado a partir desta sexta 14, enquanto o outro título não chega às telas.

Um passado que parecia superado então, a julgar pelo que fala Caetano Veloso em entrevista a uma televisão portuguesa, numa das muitas imagens raras do filme. Passaram-se poucos anos depois de 1967, quando o Tropicalismo emanava suas novas direções na música, artes plásticas e outras referências, até que a ditadura viesse tolher as iniciativas de uma mudança cultural. É a essa conjuntura que o músico se referia, supondo que talvez nada sobrevivesse aos tristes tempos. Antes de colocar devidamente na balança a notoriedade da influência, o que o trabalho do outro filme alcança melhor, Tropicália se permite simplesmente caracterizar a alegria e o embalo contagiantes de um período que parece, mais uma vez, suspenso no tempo.

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Se há uma diferença a ser apontada entre dois documentários que não por coincidência repensam o movimento tropicalista neste momento, esta é justamente relativa ao tempo. Embora independam de uma justificativa, pois revisões são sempre bem-vindas, pode-se dizer que Futuro do Pretérito – Tropicalismo Now!, de Ninho Moraes e Francisco Cesar Filho, nos mantém com os pés no presente a apontar a influência sempre à porta, enquanto Tropicália, de Marcelo Machado, nos remete ao passado para uma verificação de valores e contexto. É talvez mais interessante iniciar ou relembrar a importante contribuição à MPB pela proposta de Machado a partir desta sexta 14, enquanto o outro título não chega às telas.

Um passado que parecia superado então, a julgar pelo que fala Caetano Veloso em entrevista a uma televisão portuguesa, numa das muitas imagens raras do filme. Passaram-se poucos anos depois de 1967, quando o Tropicalismo emanava suas novas direções na música, artes plásticas e outras referências, até que a ditadura viesse tolher as iniciativas de uma mudança cultural. É a essa conjuntura que o músico se referia, supondo que talvez nada sobrevivesse aos tristes tempos. Antes de colocar devidamente na balança a notoriedade da influência, o que o trabalho do outro filme alcança melhor, Tropicália se permite simplesmente caracterizar a alegria e o embalo contagiantes de um período que parece, mais uma vez, suspenso no tempo.

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