Cultura

Veredas em imagens

Maureen Bisilliat viajou por Minas Gerais, registrou os personagens de Guimarães Rosa e em 1966 lançou livro. As fotos voltam a ser expostas no Espaço Itaú de Cinema do Shopping Frei Caneca

Apoie Siga-nos no

A João Guimarães Rosa: fotografias de Maureen Bisilliat


Instituto Moreira Salles,


Espaço Itaú de Cinema do Shopping Frei Caneca, São Paulo

Atrelado a seu trabalho de fotógrafa no jornalismo, o interesse de Maureen Bisilliat em responder com imagens ao que lhe inspirava a literatura ocasionou logo nos anos 1960 um feliz encontro. Veio do próprio Guimarães Rosa a sugestão à inglesa radicada no País de percorrer o ambiente onde se deu a escrita de Grande Sertão: Veredas. Maureen viajou por Minas Gerais, registrou seus personagens e em 1966 lançou o livro A João Guimarães Rosa, que soma fotos e trechos do clássico, num modelo seguido depois com outros escritores, a exemplo de Euclides da Cunha, João Cabral de Melo Neto e Jorge Amado. A fase roseana está de volta até 25 de junho, em organização do Instituto Moreira Salles, no hall do Espaço Itaú de Cinema do Shopping Frei Caneca.

São fotografias em preto e branco que testemunham tanto a condição de labuta e sobrevivência do povo local, em especial os vaqueiros tão caros a Rosa, o universo com que lidam, quanto os habitantes de todo tipo ali instalados. É o caso de registros de moradores do campo ao redor de Lassance, da boiada nos limites de Curvelo, ou da extração do polvilho da mandioca próximo de Januária. Há também o personagem prototípico que valeu ao escritor uma de suas mais conhecidas idealizações, o vaqueiro Manuel Nardi, o Manuelzão do conto Manuelzão e Miguilim, parte da obra Corpo de Baile. Foi ele quem acompanhou o escritor como guia na empreitada que resultou em Grande Sertão: Veredas. Ao eternizar e divulgar sua identidade ao País, Maureen fechou o ciclo entre realidade e ficção.

ENTENDA MAIS SOBRE: ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.

Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo