O corpo de Zé Celso foi velado durante a tarde desta quinta-feira 6 no Teatro Oficina, no centro de São Paulo. Durante a cerimônia, o viúvo Marcelo Drummond e Ricardo Bittencourt, amigo do dramaturgo, falaram sobre a despedida.
“O que me dói é a forma que aconteceu. Não precisava ser um incêndio (…) Foi uma tragédia, mas vamos seguir em frente, lembrando que o Zé é vida”, disse Marcelo, que ainda recordou os últimos momentos com o marido.
“Acordei com um estrondo, abri a porta do meu quarto, estava tudo escuro com fumaça. Vi o Vitor puxando o Zé, que estava com a mobilidade difícil, tentamos puxar ele, mas eu também desmaiei. Alguém me acordou, saímos no hall da entrada, eu segurei as mãos dele, ele colocou a perna em cima da minha e chegaram os bombeiros. Foi a última vez que vi Zé. Mas o que fica é o legado.”
Zé Celso e Marcelo estavam juntos há 37 anos e se casaram há um mês, em 6 de junho.
“Eu perco um irmão. O Zé é minha família, aqui [teatro] é meu lar. Me perguntam sobre legado, e ele foi um patrimônio, que formou muitos artistas. Mas, para mim, eu perdi meu irmão, minha casa e minha família. Ainda não tenho noção de legado, estou na minha dor de família”, lamentou Ricardo Bittencourt, que também morava no prédio onde ocorreu o incêndio, a exemplo do ator Victor Rosa.
Marcelo, Ricardo e Victor chegaram a ser encaminhados para unidades de atendimento e ficaram em observação devido à inalação de fumaça. Zé Celso, por sua vez, teve 53% do corpo queimado e seu quadro de saúde piorou após um quadro de insuficiência renal, o que o levou à morte na manhã desta quinta.
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