Cultura

Universal em sua mineirice, cantora Ceumar celebra 20 anos de carreira

Depois de viver no exterior, cantora traz novas referências em ‘Espiral’

Ceumar (Foto: Julia Rodrigues/Divulgação)
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Com 11 faixas sendo 10 inéditas – apenas uma é releitura, de autoria de Criolo -, Espiral (Selo Circus) é o oitavo álbum da cantora e compositora Ceumar, que completa 20 anos de carreira.

O disco reflete a passagem dela pela Holanda, onde viveu de 2010 a 2016, sem deixar de perder seu jeito mineiro, de voz e instrumentação natural.

“Quando eu comecei a pensar o Espiral, me veio o desejo de abrir um novo caminho sonoro. Foi uma inquietação”, diz.

“Pensava muito em buscar referências que tinha vivenciado na Holanda, onde tive contato com músicos do mundo inteiro com linguagens distintas. Quis abraçar mais esse universo que vivenciei, mas mantendo o cerne de minha música.”

Quando voltou ao Brasil em 2016, afirma ter sentido desejo de estar no Brasil e cantar em português.

“Cheguei num momento bastante delicado. Estou buscando, nesse novo disco, um mundo sem fronteiras. Mas Minas Gerais não sai de mim (ela nasceu na cidade mineira de Itanhandu), os ritmos estão em mim, mas me sinto livre para experimentar.”

Espiral tem um punhado de boas músicas na voz certeira de Ceumar: Tô Aqui (Sérgio Pererê), Espiral (Ceumar e César Lacerda), Descaço (Ceumar e Lauro Henriques Jr.), Espiral de Ilusão (gravação do samba do músico Criolo com a participação da cantora Josyara, que também toca violão), Três Irmãs (Ceumar e Juliano Holanda), Looking for a Place (composição do filho Tiê Coelho Todão), Todas as Vidas do Mundo (PC Silva; gravação com a participação das cantoras Déa Trancoso e Cátia de França), Amar Além (Ceumar e Madhav Bechara), Três Mazás (Ceumar e a galega Uxía), O Sal dos Seus Olhos (Ceumar), com a participação no piano de Nelson Ayres) e Amanheceu (Ceumar e Lauro Henriques Jr.).

Discografia

Quando lancei o Dindinha (1999), fiz um disco bastante acústico, partindo dos meus violões. O Zeca Baleiro produziu, e ele foi cuidadoso de não mudar minha essência. Dali, fui fazendo outros discos sempre descobrindo coisas novas”, lembra o primeiro trabalho, há 20 anos.

Em 2003, Ceumar lançou Sempre Viva, e em 2006, com o Dante Ozetti, apresentou o disco Achou: “Foi realmente um desafio porque eu era só intérprete (no registro Achou)”.

Aos 40 anos, ela fez um trabalho mais autoral, o ao vivo Meu Nome. Na Holanda, outro ao vivo (Live in Amsterdam), com a banda de lá.

Depois fez o Silencia (2013) e “foi uma aventura bastante diferente”, feito pelo produtor francês Vincent Segal, mas com músicos brasileiros.

O Viola Perfumosa, lançado ano passado, com sonoridade regional, atendeu a um projeto coletivo dela com Lui Coimbra e Paulo Freire.

“É maravilhoso poder ter a liberdade para experimentar e me arriscar fora do mercado, fora da linha comercial. Me sinto muito livre para fazer as minhas buscas, e acho que isso se reflete muito na minha trajetória, e em especial no Espiral, que chega agora”, conclui.

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