Uma voz aos inéditos

1ª Bienal Brasil do Livro e da Leitura reunirá escritores da África e da América Latina

Fim do silêncio. O nigeriano Wole Syinka, o primeiro escritor negro ganhar o Nobel, vem ao Brasil lançar The Lion and the Jewel. Foto: André Vaschelle

Apoie Siga-nos no

1ª Bienal Brasil do Livro e da Leitura


Esplanada dos Ministérios, Brasília


De 14 a 23 de abril

Em 1986, o nigeriano Wole Soyinka se tornou o primeiro escritor negro a receber o Nobel de Literatura. Autor de 20 obras de expressão, que o alçaram ao patamar de principal


voz da literatura africana contemporânea, o dramaturgo, poeta, romancista e crítico jamais foi publicado no Brasil. Como forma de corrigir esta e outras distorções, a 1ª Bienal Brasil do Livro e da Leitura homenageará Soyinka, que vem ao País lançar seu primeiro texto teatral, The Lion and the Jewel.

“Temos o privilégio de apresentar Soyinka ao público brasileiro”, diz o escritor e coordenador do evento, Luiz Fernando Emediato. A Esplanada dos Ministérios, em Brasília, abrigará o grande encontro a congregar cerca de cem autores, entre os quais o poeta argentino Juan Gelman e o escritor chileno Antonio Skármeta, diante de um público estimado entre 700 mil e 1 milhão de pessoas. “O Brasil precisava de uma feira internacional de livros e apoio à leitura com características mais culturais que de negócios. Tanto o Ministério da Cultura quanto o governo do Distrito Federal entenderam isso.”

O encontro a ocupar um espaço de 14 mil metros quadrados, com área coberta para 158 estandes, terá como linha mestra o tema “O poder transformador do livro e da leitura”. Entre os pontos altos, o seminário A Literatura Africana Contemporânea vai contar com a presença de Alice Walker, a festejada ganhadora do Pulitzer de ficção por A Cor Púrpura, entre outros títulos, a moçambicana Paulina Chiziane, Conceição Lima, considerada a maior poeta de São Tomé, Kangni Alem, dramaturgo do Togo, Abdulai Silá, da Guiné-Bissau, Germano Almeida, de Cabo Verde, e o poeta Odjaki.

“Alice Walker é uma superstar desde que Spielberg filmou A Cor Púrpura e sua vinda ao Brasil é uma espécie de redescoberta dela. Paulina Chiziane e outros poetas e ficcionistas da África de expressão portuguesa precisam de mais espaço aqui, onde se fala português”, avalia Emediato.

O curador do encontro frisa que o evento propiciará debates sobre questões nacionais e internacionais e órgãos públicos e governamentais vão discutir como ampliar a leitura no País. “Editores e livreiros vão expor lançamentos e colocar seus autores nessa atividade mágica que é o contato com seus leitores.”


Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.