A ponte entre o cinema nacional e Hollywood

Há quatro anos, o Hollywood Brazilian Film Festival faz a ponte entre a produção do cinema nacional à margem das grandes produtoras e a indústria de filmes dos EUA

Gustavo Pizzi, diretor de Riscado, filme que se destacou na terceira edição do festival

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Engana-se quem pensa que neste ano Carlinhos Brown será o representante único do cinema brasileiro em Hollywood este ano. Pelo quarto ano consecutivo, o Hollywood Brazilian Film Festival, evento que promove um intercâmbio entre as produções nacionais e estrangeiras na terra do cinema, também estará presente na mais famosa indústria do cinema mundial.

Idealizado por Talize Syeg, brasileira radicada nos Estados Unidos há 23 anos, a premissa do festival é mostrar aos produtores norte-americanos o momento de efervescência pelo qual passa o cinema brasileiro na atualidade. A próxima edição já tem data e local: acontecerá entre os dias 6 e 10 de junho no Hotel Roosevelt, em Los Angeles, na Califórnia.

A escolha dos filmes é feita pela própria Talize e por Sandro Fiorin, diretor artístico do evento. Eles explicam que o plano é que o festival funcione como uma espécie de vitrine para os novos diretores, atores e roteiristas brasileiros. Por isso, longas de grandes produtoras, como a Globo Filmes, ficam de fora.

“Filmes com caráter autoral, sem muita propagação ainda no exterior, com histórias originais, produzidos com garra” são o tipo de trabalho buscado pelos produtores, afirma Fiorin. Como o foco é bastante específico, o critério fica a cargo da produção. Não há um edital para inscrever uma produção na mostra.

A experiência dos anos anteriores provou que o festival é uma grande porta de entrada para os jovens talentos, uma vitrine através da qual é possível se estabelecer contatos e fechar acordos com profissionais já consagrados.

Gustavo Pizzi, diretor de Riscado, é um exemplo dessa troca de experiências. Na edição de 2011 seu filme participou da mostra, ganhou visibilidade e agora será distribuído para as salas de cinema dos Estados Unidos e do Canadá.


“Tenho visto muitos projetos de alta qualidade, concebidos com baixo investimento. Por isso, é importante que os participantes também tenham sempre mais dois ou três projetos em andamento, pois o evento é uma grande oportunidade de fazer novos contatos e viabilizá-los”, alerta Talize.

O festival tem duas categorias competitivas: a de melhor longa e curta-metragem. Quem escolhe os vencedores são jurados americanos e alguns brasileiros radicados em Los Angeles, todos atuantes na indústria de Hollywood. Além da exibição, também são oferecidos workshops com cineastas e críticos de cinema.

Apesar de parecer um pouco underground demais, artistas brasileiros conhecidos como Rodrigo Santoro, Mariana Ximenes e Camila Pitanga e Bebel Gilberto – a filha de João Gilberto com a cantora Miúcha realizou o show de abertura da última edição –  já maracaram presença no festival.

Em seus três anos de história, a mostra já promoveu o um total de 150 sessões de cinema, cinco seminários e outros eventos correlacionados. Também já reuniu um público de cerca de 200 mil pessoas, incluindo os espectadores online.

O projeto é 100% financiado pela Lei Rouanet. Em sua terceira edição, a LG aproveitou o festival para lançar a televisão Cinema 3D. O patrocínio possibilita que a entrada ao evento seja totalmente gratuita, incentivando até mesmo quem não conhece o cinema brasileiro a conferir a programação.

A Agência Puzzle, dirigida por Guilherme Trementócio, é quem fecha esses contratos. O executivo buscar uma proposta que seja boa tanto para o festival, como para seus clientes –  além da LG, também conta com empresas como a Nextel e o Bradesco.

Para a próxima edição a programação ainda não está completamente definida, porque os produtores dizem fazer as escolhas em uma data próxima à realização da mostra,  a fim de manterem o line up bastante atual.

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