Cultura

Um elogio ao riso

Monica Vitti, o patinho feio que enfrentou a poeira dos palcos e foi da comédia ao drama

Um elogio ao riso
Um elogio ao riso
Monica Vitti. O patinho feio enfrentou a poeira dos palcos e foi da comédia ao drama
Apoie Siga-nos no

Loira, com nariz grande e de estranha curvatura, Monica Vitti se via como um patinho feio em meio a exuberantes morenas como Sophia Loren e Gina Lollobrigida. No início da carreira, grande parte do seu trabalho profissional foi o de dublar, com a voz grave e sensual, atrizes de grande beleza e parco talento.

Para piorar, sua mãe não apoiou em nada sua vocação. “A poeira do palco corrói a alma e o corpo”, declarou, quando a filha entrou na Academia Nacional de Arte Dramática de Roma. Mas Monica persistiu. Viajou pela Europa com sua trupe e atuou em Roma numa montagem de A Mandrágora, de Maquiavel.

No cinema, estreou em 1954 na comédia Ridere! Ridere! Ridere!, de Edoardo Anton, mas só ganhou destaque em Le Dritte (1958), de Mario Amendola, outra comédia. A esta altura ela já se juntara a Michelangelo Antonioni


no Teatro Nuovo de Milão e na vida amorosa.

Antonioni seria responsável por uma virada, ou antes, um hiato, radical em sua carreira: do registro cômico, la Vitti mudou para o drama existencial, encarnando a angústia e o vazio da mulher burguesa moderna na “tetralogia da incomunicabilidade” do cineasta: A Aventura,  A Noite, O Eclipse e O Deserto Vermelho.

Em meados dos anos 1960 afastou-se de Antonioni e voltou com força às comédias de Risi, Monicelli, Salce e Scola, trabalhando ocasionalmente fora da Itália, como em Modesty Blaise (1966), de Losey, e O Fantasma da Liberdade (1974), de Buñuel.

Em 1990, Monica se arriscou na direção com Scandalo Segreto. O filme não agradou nem ao público nem à crítica, e ela se afastou do cinema. Hoje, aos 80, está aposentada.

Loira, com nariz grande e de estranha curvatura, Monica Vitti se via como um patinho feio em meio a exuberantes morenas como Sophia Loren e Gina Lollobrigida. No início da carreira, grande parte do seu trabalho profissional foi o de dublar, com a voz grave e sensual, atrizes de grande beleza e parco talento.

Para piorar, sua mãe não apoiou em nada sua vocação. “A poeira do palco corrói a alma e o corpo”, declarou, quando a filha entrou na Academia Nacional de Arte Dramática de Roma. Mas Monica persistiu. Viajou pela Europa com sua trupe e atuou em Roma numa montagem de A Mandrágora, de Maquiavel.

No cinema, estreou em 1954 na comédia Ridere! Ridere! Ridere!, de Edoardo Anton, mas só ganhou destaque em Le Dritte (1958), de Mario Amendola, outra comédia. A esta altura ela já se juntara a Michelangelo Antonioni


no Teatro Nuovo de Milão e na vida amorosa.

Antonioni seria responsável por uma virada, ou antes, um hiato, radical em sua carreira: do registro cômico, la Vitti mudou para o drama existencial, encarnando a angústia e o vazio da mulher burguesa moderna na “tetralogia da incomunicabilidade” do cineasta: A Aventura,  A Noite, O Eclipse e O Deserto Vermelho.

Em meados dos anos 1960 afastou-se de Antonioni e voltou com força às comédias de Risi, Monicelli, Salce e Scola, trabalhando ocasionalmente fora da Itália, como em Modesty Blaise (1966), de Losey, e O Fantasma da Liberdade (1974), de Buñuel.

Em 1990, Monica se arriscou na direção com Scandalo Segreto. O filme não agradou nem ao público nem à crítica, e ela se afastou do cinema. Hoje, aos 80, está aposentada.

ENTENDA MAIS SOBRE: , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo