Cultura

Tullio Pinelli, a voz da imagem do cinema italiano

O roteirista de Federico Fellini foi um dos que se desprendeu do neorrealismo e buscou novos caminhos temáticos e de linguagem narrativa

Tullio Pinelli, um nobre a serviço da plebe
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Tullio Pinelli (1908-2009), um dos principais roteiristas do grande cinema italiano da segunda metade do século XX, nasceu em família nobre e chegou a ser oficial de cavalaria, mas estava destinado a escrever os dramas e comédias da plebe.

Estudou Direito e Ciência Política, porém logo viu que seu talento era para a dramaturgia. O êxito de sua peça Os Pais Etruscos, levada ao cinema por Duilio Coletti com o título L’Adultera (1945), valeu-lhe um contrato na grande produtora Lux, de Roma, onde fez amizade com outro jovem roteirista, Federico Fellini, seu antípoda em quase tudo. A parceria foi fecunda. Pinelli escreveu ou participou do roteiro de dez dos principais filmes de Fellini, incluindo o primeiro (Mulheres e Luzes, com codireção de Alberto Lattuada, 1950) e o último (A Voz da Lua, 1990).

A exemplo de Fellini, Pinelli se desprendeu do neorrealismo e buscou novos caminhos temáticos e de linguagem narrativa. Prolífico e versátil, trabalhou com diretores tão diversos quanto Roberto Rosselini e Michelangelo Antonioni, Dino Risi e Mauro Bolognini. Sentia-se tão à vontade na comédia de costumes (Meus Caros Amigos, de Mario Monicelli) como no drama histórico (Galileu, de Liliana Cavani), na fantasia metalinguística (Oito e Meio, de Fellini) ou no melodrama social (O Caminho da Esperança, de Pietro Germi).

Homem de vitalidade espantosa, escreveu aos 90 anos seu primeiro romance, La Casa di Robespierre. Morreu aos 101, sem ter tempo de ver nas telas o resultado de seu último trabalho, o roteiro de Meus Caros Amigos – Como Tudo Começou (Neri Parenti, 2011).

DVDs

Amores na Cidade (1953)


Filme de seis episódios dirigidos por grandes cineastas. Pinelli roteirizou os de Fellini (sobre uma agência matrimonial), Antonioni (sobre mulheres que se matam por amor), Lizzini (sobre prostituição nas ruas de Roma), Risi (sobre um salão de bailes e paqueras) e Lattuada (sobre o assédio a mulheres boazudas).

A Trapaça (1955)


Velho trapaceiro (Broderick Crawford) que atua com outros mais jovens (Franco Fabrizi e Richard Basehart) decide abandonar a vida de golpes quando reencontra a filha, agora uma moça. Grande filme da primeira fase de Fellini. Giulieta Masina encarna uma prostituta que prenuncia a Cabiria que faria dois anos depois.

Quinteto Irreverente (1982)


A continuação de Meus Caros Amigos é ainda mais corrosiva e engraçada. Em Florença, cinco amigos de meia-idade (Ugo Tognazzi, Adolfo Celi, Philippe Noiret, Gastone Moschin e Renzo Montagnani) passam a vida pregando peças nos outros para se divertir. Atores fenomenais levam ao ápice o humor cruel de Monicelli.

Tullio Pinelli (1908-2009), um dos principais roteiristas do grande cinema italiano da segunda metade do século XX, nasceu em família nobre e chegou a ser oficial de cavalaria, mas estava destinado a escrever os dramas e comédias da plebe.

Estudou Direito e Ciência Política, porém logo viu que seu talento era para a dramaturgia. O êxito de sua peça Os Pais Etruscos, levada ao cinema por Duilio Coletti com o título L’Adultera (1945), valeu-lhe um contrato na grande produtora Lux, de Roma, onde fez amizade com outro jovem roteirista, Federico Fellini, seu antípoda em quase tudo. A parceria foi fecunda. Pinelli escreveu ou participou do roteiro de dez dos principais filmes de Fellini, incluindo o primeiro (Mulheres e Luzes, com codireção de Alberto Lattuada, 1950) e o último (A Voz da Lua, 1990).

A exemplo de Fellini, Pinelli se desprendeu do neorrealismo e buscou novos caminhos temáticos e de linguagem narrativa. Prolífico e versátil, trabalhou com diretores tão diversos quanto Roberto Rosselini e Michelangelo Antonioni, Dino Risi e Mauro Bolognini. Sentia-se tão à vontade na comédia de costumes (Meus Caros Amigos, de Mario Monicelli) como no drama histórico (Galileu, de Liliana Cavani), na fantasia metalinguística (Oito e Meio, de Fellini) ou no melodrama social (O Caminho da Esperança, de Pietro Germi).

Homem de vitalidade espantosa, escreveu aos 90 anos seu primeiro romance, La Casa di Robespierre. Morreu aos 101, sem ter tempo de ver nas telas o resultado de seu último trabalho, o roteiro de Meus Caros Amigos – Como Tudo Começou (Neri Parenti, 2011).

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Amores na Cidade (1953)


Filme de seis episódios dirigidos por grandes cineastas. Pinelli roteirizou os de Fellini (sobre uma agência matrimonial), Antonioni (sobre mulheres que se matam por amor), Lizzini (sobre prostituição nas ruas de Roma), Risi (sobre um salão de bailes e paqueras) e Lattuada (sobre o assédio a mulheres boazudas).

A Trapaça (1955)


Velho trapaceiro (Broderick Crawford) que atua com outros mais jovens (Franco Fabrizi e Richard Basehart) decide abandonar a vida de golpes quando reencontra a filha, agora uma moça. Grande filme da primeira fase de Fellini. Giulieta Masina encarna uma prostituta que prenuncia a Cabiria que faria dois anos depois.

Quinteto Irreverente (1982)


A continuação de Meus Caros Amigos é ainda mais corrosiva e engraçada. Em Florença, cinco amigos de meia-idade (Ugo Tognazzi, Adolfo Celi, Philippe Noiret, Gastone Moschin e Renzo Montagnani) passam a vida pregando peças nos outros para se divertir. Atores fenomenais levam ao ápice o humor cruel de Monicelli.

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