Trauma planejado

Depois de Lúcia constrói as condições favoráveis ao contexto do assédio violento entre adolescentes

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Depois de Lúcia


Michel Franco

Não deixa de ser estimulante a reflexões que nos cheguem ao mesmo tempo no circuito de filmes com temas atuais como A Caça, sobre a pedofilia, e este Depois de Lúcia, a respeito de bullying. Para além das produções, convém discutir


os assuntos espinhosos sob a égide de sua longa e sabida existência e a atualização desses na sociedade contemporânea, devidamente catalogados, a partir também da atenção da mídia, desdobramentos virtuais, e mesmo do cinema.

Pois em parte disso depende a aproximação com a proposta do diretor mexicano Michel Franco, a partir de sexta 22 nos cinemas, considerada impactante o suficiente para merecer o prêmio de melhor filme na seção Um Certo Olhar, do Festival de Cannes.

No drama, constroem-se as condições favoráveis ao contexto do assédio violento entre adolescentes. Lúcia (Tessa Ia) muda-se com o pai, viúvo recente, para outra cidade. À adaptação à escola e aos seus novos colegas apresenta-se o esperado trauma. E esse vem na forma da receptividade hostil, disfarçada numa suposta aparência de amizade, que logo se transformará em rivalidade e terror à garota. À figura paterna cabe a ausência, a desatenção, para que tudo conjure em prol da intimidação e do embate doloroso.

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