Talento de aluguel

Michael Caine, o versátil proletário alçado ao título de Cavaleiro do Império Britânico

Apoie Siga-nos no

Estou em tantos filmes exibidos às 2 da madrugada que as pessoas pensam que eu morri.” O autor da frase, Michael Caine, hoje com 79 anos, trabalhou em 154 filmes, entre longas-metragens, telefilmes e séries de TV.

Muitos desses títulos são memoráveis, outros nem tanto. Filho de um carregador do mercado de peixes e de uma faxineira, o londrino Michael Caine, que foi garoto de recados e ascensorista antes de virar ator, tem uma concepção bem pragmática de seu ofício: “Tento um grande papel. Se não consigo, fico com um mediano. Se não me dão nem esse, aceito qualquer um que me pague as contas”.

Começou a atuar ao mesmo tempo no teatro, na tevê e no cinema, em meados dos anos 1950, depois de servir o exército britânico na Guerra da Coreia. Alcançou o estrelato em 1965, como o agente secreto contido e solitário de Icpress, o Arquivo Confidencial, de Sidney J. Furie, e, em seguida, com a comédia romântica Como Conquistar as Mulheres  (Lewis Gilbert, 1966).

Daí para a frente, alternou obras-primas como Jogo Mortal (Joseph Mankiewicz, 1972) e abacaxis como Tubarão 4. Indicado seis vezes ao Oscar, ganhou dois, ambos de coadjuvante: por Hannah e Suas Irmãs (Woody Allen, 1987) e Regras da Vida (Lasse Hallström, 1999).

Versátil, sempre que um papel exige, apaga seu forte sotaque cockney, tão característico quanto seus óculos. “A diferença entre um astro e um ator é que o astro diz: ‘Como posso mudar o roteiro para que me sirva?’ E o ator: ‘Como posso mudar a mim mesmo para servir ao roteiro?’.”

Em 2000, a rainha o nomeou Cavaleiro do Império Britânico. O proletário finalmente virou sir.


DVDs

O Homem que Queria Ser Rei (1975)


Sean Connery e Michael Caine encarnam dois soldados do exército britânico na Índia que fazem contrabando e traficam armas, até descobrir que podem ser reis no Kafiristão. Versão de John Huston para o conto de Kipling (Christopher Plummer), com atuações notáveis de Connery e Caine.

Os Safados (1988)


O vigarista Freddy Benson (Steve Martin) vive de enganar mulheres compassivas com histórias trágicas de vida. Numa cidade da Riviera francesa, ele encontra Lawrence Jamieson (Caine), que faz a mesma coisa num nível social mais alto. Eles tentam trabalhar juntos e passar a perna um no outro. Comédia corrosiva de Frank Oz.

Hannah e Suas Irmãs (1986)


Em Nova York, Elliot (Caine), marido de Hannah (Mia Farrow), apaixona-se pela irmã desta, Lee (Barbara Hershey), casada com um pintor (Max Von Sydow). O hipocondríaco Mickey (Woody Allen), ex-marido


de Hannah, aproxima-se da outra irmã, Holly (Dianne Wiest). Quiproquó que rende um dos melhores filmes de Woody Allen.

 

 

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.