Cultura
SP: Ó do Borogodó lança abaixo-assinado para ser reconhecido como patrimônio cultural da cidade
A casa protocolou um pedido de reconhecimento junto ao Departamento de Patrimônio Cultural da cidade de São Paulo e aguarda parecer da Prefeitura


O Ó do Borogodó, tradicional casa de samba de São Paulo, está movimentando um abaixo-assinado para que o estabelecimento seja reconhecido como patrimônio cultural da cidade.
A casa, que funciona há 22 anos no mesmo endereço, pode perder a sua sede em Pinheiros, zona oeste da cidade – os proprietários do imóvel o colocaram à venda, e pediram a sua imediata desocupação.
Para evitar o encerramento das atividades culturais ali mantidas há duas décadas, os donos acionaram o Departamento de Patrimônio Cultural da cidade de São Paulo para que reconheça o Ó do Borogodó como área de proteção cultural.
Previsto em lei, o reconhecimento como Zona Especial de Proteção Cultural – Área de Proteção Cultural (Zepec-APC) está previsto no Plano Diretor Estratégico de São Paulo, aprovado pela Câmara em 2014, e pode ser concedido mediante avaliação do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da cidade de São Paulo, o CONPRESP, ligado à Secretaria de Cultura.
Segundo a lei, “poderão ser enquadrados como ZEPEC/APC, sem prejuízo do atendimento à legislação própria, os locais destinados à formação, produção e exibição pública de conteúdos culturais e artísticos, como teatros e cinemas de rua, circos, centros culturais, residências artísticas e assemelhados, abertas ao público, assim como espaços com significado afetivo, simbólico e religioso para a comunidade, por meio de atividades ali exercidas por período igual ou superior a 7 (sete) anos, cuja proteção é necessária para a formação e manutenção da identidade e memória do Município de São Paulo e seus habitantes, assim como para a dinamização da vida cultural, social, urbana, turística e econômica da cidade”.
O requerimento do Ó do Borogodó foi protocolado no dia 28 de junho e aguarda apreciação da Prefeitura. A casa também tem feito uma campanha em suas redes sociais para engajar frequentadores, artistas e lideranças de cultura em torno da causa #FicaÓ. Os músicos também realizaram um samba protesto em frente à sede da secretaria de cultura, no dia 21 de agosto, para chamar atenção ao tema.
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Inaugurada em 2001, a casa já trouxe às rodas de samba nomes renomados como Beth Carvalho, Germano Mathias, Murilão, Silvio Modesto, Moacyr Luz, Wanderley Monteiro, Luiz Carlos da Vila, Délcio Carvalho, Elton Medeiros, Tia Surica, Dorina, Monarco e Toninho Geraes.
Atualmente, o Ó do Borogodó congrega uma comunidade musical de quase setenta músicos de distintas gerações, mantendo sua programação musical voltada primordialmente para o samba e o choro.
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