Sócio do bar Ó do Borogodó, em São Paulo, morre de câncer aos 47 anos

Nascido em Mauá, no Grande ABC, Leonardo Gola Piacentini cresceu no bairro do Mandaqui, na Zona Norte de São Paulo. Sua vida mudou quando, com menos de 30 anos, junto com a irmã Stefânia, fundou o Ó do Borogodó, que acabou tornando-se um dos principais bares de música ao vivo de São Paulo — e premiado por quase todos os rankings de vida noturna da cidade. 

Léo, como era chamado, morreu aos 47 anos. Foi diagnosticado com câncer na língua em março de 2020. Há poucos meses, surgiram novos problemas de saúde em decorrência e ele não resistiu, vindo a falecer neste quarta 15, no Instituto do Câncer, em São Paulo.

Apaixonado por música, ele tocava trombone, pandeiro e cuíca. Com esse último instrumento, ficou mais conhecido. Léo foi instrumentista da banda Pau D’água, que se apresentou no Ó do Borogodó de 2001 a 2012. O grupo, que executava ritmos tradicionais brasileiros, chegou até a lançar um disco. 

As noites de apresentação da Pau D’Água, aos domingos, eram as que mais enchiam a casa. João Borba, sambista histórico de São Paulo falecido em 2016, foi o principal vocalista da banda

O Ó do Borogodó chegou a anunciar seu fechamento em março desse ano devido a dívidas acumuladas ao longo da pandemia, mas depois de uma forte campanha de financiamento coletivo, conseguiu arrecadar o suficiente para retomar as atividades neste mês.  

Militante do PT de longa data, Léo presidiu o diretório zonal do PT do bairro de Pinheiros, em São Paulo, em 2018 e 2019. O diretório municipal do partido emitiu uma nota de pesar pelo seu falecimento. “Gratidão por toda dedicação e militância ao PT, às causas sociais, à cultura e ao carnaval”, diz trecho da nota. O ex-senador e atuar vereador de São Paulo, Eduardo Suplicy, pelas redes sociais, também lamentou a morte.

Ele foi casado com a cineasta Marina Couto, com quem deixa um filho de 8 anos. Sua atual companheira era a pesquisadora Marcela Varconte. O velório de Léo Gola ocorre na sede do bar.