A morte de Jean-Luc Godard motiva a evocação da Nouvelle Vague, cujas linhas mestras eram definidas pelos Cahiers du Cinéma, a pregar a simplicidade da filmagem e a referência à vida cotidiana. Tratava-se, no meu modesto entendimento, de algo já praticado por vários grandes diretores. Que dizer, por exemplo, de Tempos Modernos, de Chaplin? E de Ladrões de Bicicleta, de Vittorio De Sica? De The African Queen, de John Huston? E de As Vinhas da Ira, de John Ford? De verdade, as citações podem alongar-se páginas e páginas.
Mais consistente e importante para o cinema (cinema e ponto) é Jean Renoir, filho do pintor de quem várias telas são conservadas no Museu de Arte de São Paulo. Contou ele com atores extraordinários, como Jean Gabin e Pierre Fresnay. A filmografia de Renoir é imensa e ela por inteiro não discrepa das pretensiosas, jactanciosas lições, óbvias até, dos Cadernos franceses. Na linguagem dos provérbios resistentes, chovem no molhado, embora com a pompa de quem sabe tudo.
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