Augusto Diniz | Música brasileira

Jornalista há 25 anos, Augusto Diniz foi produtor musical e escreve sobre música desde 2014.

Símbolo de resistência e luta, o samba vai ao protesto contra Bolsonaro

Sambistas marcaram encontro para grande batucada nas manifestações do dia 2 de outubro em São Paulo

Fabiana Cozza e Seu Carlão do Peruche. Fotos: Divulgação e Heitor Feitosa)

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Pelas redes sociais, o maior baluarte vivo do carnaval de São Paulo, Seu Carlão do Peruche, 91 anos, convoca para o encontro do samba no dia 2 de outubro: “Todos na rua pelo Fora Bolsonaro e pela democracia do samba”. Seu Carlão é o único sambista vivo conhecido que frequentou os históricos batuques dos negros em Pirapora do Bom Jesus (SP) na sua origem.

A cantora Fabiana Cozza também faz chamado pelas redes para os protestos com o pessoal do samba: “Venho aqui me juntar aos sambistas. Nós somos a favor do impeachment desse presidente inominável e defendemos a democracia e o Brasil da educação, da cultura, do meio ambiente, da saúde, das pessoas”.

Neste sábado, na esquina da Alameda Rio Claro com Avenida Paulista, em São Paulo, a partir das 12h30, movimentos de samba se encontram para protestar contra Bolsonaro e fazer batucada.

O grupo reúne integrantes dos movimentos Batucada da Resistência, criado contra o impeachment da Dilma, e Samba pela Democracia, surgido nas eleições de 2018. A fusão de ambos movimentos tem o nome agora de Samba pela Democracia – Fora Bolsonaro.

A batucada será formada ainda por músicos ligados a rodas de samba, escolas de samba e coletivos do gênero. Entre as presenças confirmadas, grupos como Inimigos do Batente, Bloco do Ó, Kolombolo Diá Piratininga e Clube do Balanço.

“Muitos sambistas embarcaram na criminalização da política. É importante recuperar o espírito militante do samba”, afirma Railídia Carvalho, uma das idealizadoras e organizadoras do movimento do dia 2 de outubro ao lado de Fernando Szegeri, Stefania Gola, Célia Aguiar e Lua Cristina.


“É preciso resgatar o espírito de tantos sambistas, homens e mulheres, que denunciaram a opressão, a injustiça social contra a maioria do povo, que é pobre, que é preto, que mora na periferia e que hoje em dia é castigado pela covid e pela carestia e pelo desemprego. Isso tem que ser denunciado pelo samba”, diz Railídia.

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