Cultura
“Se noite fosse água”. Por Sergio Fingermann
Dan Galeria, em SP, recebe 15 pinturas de grande formato e 10 obras sobre papel, que remetem a cenários oníricos e construções espaciais
A Dan Galeria, em São Paulo, recebe a partir deste sábado 21, a exposição Se noite fosse água, com a mais recente produção do artista plástico paulistano Sergio Fingermann.
São 15 pinturas de grande formato e 10 obras sobre papel, que remetem a cenários oníricos por meio de construções espaciais. A “suíte construtiva”, como é batizada pelo artista, nasceu a partir de sua experiência com a realização de mosaicos de pedra portuguesa nas obras do arquiteto mexicano Ricardo Legorreta.
Segundo o artista, um dos traços de originalidade de seu trabalho atual é a utilização do Kozo, um papel japonês feito de arroz. “Encontrei-o para ser a fisicalidade da imagem que eu queria criar. A trama do papel deixa o fundo da tela sempre aparente, que simboliza o “entre”: não é nem a tela em si, e nem a imagem como um todo. Ela deixa espaço para o observador imaginar. É como se o assunto fosse o próprio fundo do trabalho; o fundo é o substantivo, e a superfície é o adjetivo”, explica.
O nome da mostra Se noite fosse água foi inspirado no poema Meditações sobre o Tietê (1945) de Mario de Andrade, e é uma provocação, uma estratégia para promover uma leitura cruzada de imagens, que faz surgir novos sentidos.
Arquiteto formado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP, Fingermann tem sua obra marcada pelo jogo do claro e escuro e das tramas, além de mosaicos, que dialogam com espaços arquitetônicos.
No evento ainda, Fingermann lança um livro com seleção de imagens e ensaios de Ana Magalhães, historiadora, curadora e docente do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, e de Laura Abreu, curadora do Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro.
Dan Galeria
Rua Estados Unidos, 1638
De 21 de setembro a 21 de outubro
De segunda a sexta das 10h às 18h, sábado das 10h às 13h
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