Cultura
Semeou bom humor
Ele próprio foi semeador por toda a vida e sua plateia teve o tamanho do Brasil. Durante a ditadura, nunca teve medo de desafiá-la com suas personagens, quando diante do vídeo postavam-se jararacas e cascavéis fardadas
Um velho amigo velho, voltado para encantar plateias, faz poucos dias foi atuar no palco do Além. Conheci Jô Soares há muitos anos, quando eu dirigia a redação de Veja. Hoje lembro dele com carinho, e da coragem que nunca lhe faltou. Desafiava a ditadura com suas personagens nos tempos em que a Globo estava livre de Ali Kamel e do decálogo de William Bonner.
Quando ele passou a ter o programa Jô Onze e Meia no SBT, me convidou amiúde e vivemos então noitadas fantásticas promovidas pela jornalista Dilea Frate. Logo em seguida, era hábito jantarmos no restaurante Massimo e lembro da noite em que, de regresso de um papo na tevê, me oferecera a oportunidade de chamar a atenção para a gola abundante dos paletós de Fernando Henrique, provocada pelo respeito, e a abnorme quantidade de pontes e túneis inaugurados por Paulo Maluf. Nos encontramos à beira de um peixe assado e de um copo de vinho e rimos horas adentro.
Um minuto, por favor…
O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.
Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.
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