Cultura

Roberta Sá: ‘Poder de escolha de repertório foi decisivo na carreira’

Intérprete completa 15 anos de estrada e exalta Martinho da Vila e Gilberto Gil em seus projetos

Roberta Sá
Roberta Sá completa 15 anos de carreira. Foto: Arquivo pessoal Roberta Sá completa 15 anos de carreira. Foto: Arquivo pessoal
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Roberta Sá completa 15 anos de carreira. Com oito álbuns lançados, andou revisitando todos eles em lives durante a pandemia. A intérprete foi uma das (boas) novidades da música nos últimos tempos, por focar em um trabalho de valorização em letra e melodia da música brasileira.

 

Ela exalta a independência como fator relevante nesse período para atingir isso. “É sempre importante ter o poder de escolha do repertório e gerenciar a carreira. Isso foi um aspecto decisivo, de ter a liberdade para fazer o que eu acredito”, afirma Roberta Sá. “Esse é o ponto central que não me distancio nunca”.

Além da autonomia, a cantora ressalta com orgulho de ter músicas de Martinho da Vila para ela gravar em seus trabalhos (Delírio, 2015, e Delírio no Circo, 2016), e também um álbum inteiro sobre Gilberto Gil (Giro, 2019).

“O Gil tocando violão no meu último disco… Virou meu parceiro em quatro canções. Me assumi como compositora”.

Lembra ela ainda que interpretar Carmen Miranda no encerramento das Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro, foi uma ocasião emocionante, “num Brasil ainda esperançoso, num momento diferente que vivemos hoje, muito difícil”.

Sobre os projetos futuros, conta estar “animada, embora diante do cenário do País não seja a palavra mais correta, mas sou sagitariana, sou otimista”.

Roberta Sá reforça em não abandonar na carreira o cancioneiro brasileiro. “Essa nossa música raiz, essa nossa música tradicional, isso me interessa manter. Trabalhar para que as pessoas conheçam e reconheçam essa música e os artistas que trabalham por essa arte, para não deixar de existir, para que esse olhar do Brasil não deixe de ter”.

Talvez o trabalho que mais expresse esse lado de Roberta Sá é o álbum Quando o Canto é Reza (2010), em que ela canta composições de Roque Ferreira, a maior expressão viva hoje do autêntico samba da Bahia.

Nesse período de pandemia, conta que tem ido nadar no mar para “salvar a cabeça” em meio à tantas notícias ruins.

O que me preocupa é o cenário atual político, econômico e social do País. A gente está vivendo um momento muito delicado. Isso me afeta diretamente no meu dia a dia. Afeta não só por questões emocionais, mas por não estar trabalhando também na pandemia

Embora tenha se apresentando nas redes sociais e mantido contato com seu público, Roberta Sá diz sentir falta do palco. “Tenho fé que a vacina vai vir e a gente vai retomar as nossas atividades”.

A cantora e compositora está aproveitando o período para pensar em um novo álbum, mas sustentando a mente no hoje. “Tenho vivido o tempo presente. Isso é o que a gente pode fazer para se manter em pé”.

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