Cultura

Retrospectiva 2017

O ano mal começou e já dá uma grande retrospectiva. Quer ver só o que já aconteceu até aqui?

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O brasileiro tem mania de dizer que o ano em nosso país começa somente depois do carnaval. Com um calor do Saara, ninguém tem ânimo de ir pro batente, depois de pular sete ondas e fazer seus pedidos pro ano novo.

Em janeiro, de férias, o brasileiro olha preguiçoso pro calendário e pensa com seus botões: O melhor mesmo é começar pra valer o ano depois que os bloquinhos passarem.

Mas esse ano não foi igual aquele que passou. Com apenas três meses de vida, 2017 já dá uma retrospectiva e tanto. Quer ver só o que já aconteceu até aqui?

Dois mil e dezessete começou com um homem armado até os dentes atirando numa multidão que comemorava o ano novo em Istambul, matando 39 e deixando 70 pessoas feridas.

No dia seguinte, o novo gestor de São Paulo fantasiou-se de gari e foi varrer uma praça que já estava varrida.

Como se não bastasse, saiu apagando grafites que eram verdadeiras obras de arte nos muros da cidade.

No dia 3 de janeiro, morreu Vida Alves, a atriz que entrou para a historia com um beijo, o primeiro, na televisão brasileira.

Logo em seguida perdemos o escritor argentino Ricardo Piglia, o autor de Dinheiro Queimado e Respiração Artificial.

Ai veio a morte de Mário Soares, o socialista boa praça que tirou Portugal do atraso.

Já era muitas mortes pra tão poucos dias, quando chegou a notícia do desaparecimento de Zygmunt Bauman, um dos intelectuais mais pop da história.

Ainda no primeiro mês do ano, um surto de febre amarela deixou Minas Gerais em alerta vermelho.

Pra tristeza de muita gente, e principalmente da meninada, o Circo Ringling Bros anunciou que ia ter espetáculo sim senhor, mas era o último.

Enquanto isso, o mundo pegava fogo na prisão de Alcaçus, no Rio Grande do Norte, e o ministro da Justiça se mostrava mais perdido que cego em tiroteio.

Pra piorar a situação, o milionário Donald Trump tomou posse como o quadragésimo quinto presidente dos Estados Unidos.

Quando achamos que as coisas iam se acalmar, o jatinho levando o ministro Teori Zavaski despencou no mar de Paraty.

O jornal Folha de S.Paulo resolveu lançar uma coluna chamada Dias Melhores, só com noticias positivas.

Então ficamos sabendo que os cientistas descobriram uma nova mariposa meio topetuda e que deram a ela o nome de Neopalpa donaldtrump, em homenagem ao maluco da Casa Branca.

Enquanto isso, na China, fogos festejaram a chegada do Ano do Galo.

Janeiro ainda não tinha terminado, quando a polícia bateu na porta do empresário Eike Batista para prendê-lo, mas ele não estava, tinha dado um pulinho nos States. Voltou pro patropi e foi direto pro xilindró, onde perdeu a peruca.

Os dias melhores da Folha finalmente chegaram: Os escoteiros americanos anunciaram que vão permitir a participação de meninos transgêneros na comunidade.

Mas, de repente, uma estrela vermelha apagou. Dona Marisa, mulher de Lula, morreu vítima de um AVC, depois de alguns dias internada no Hospital Sírio-libanês.

Novas denuncias contra Aécio pipocaram na Folha de S.Paulo mas, por ser tucano, as noticias entraram por um ouvido e saíram pelo outro.

Pra nossa tristeza, uma atrofia de múltiplos sistemas levou o filósofo, historiador e critico literário búlgaro Tzvetan Todorov.

Moreira Franco, o Gato Angorá, cercado de denúncias por todos os lados, foi nomeado ministro e passou a ter foro privilegiado.

O TRE cassou o mandato do governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, mas ele continuou no cargo como se nada tivesse acontecido.

Jornais foram proibidos de falar da pacata e do lar Marcela Temer, quando o assunto era mensagem pelo celular.

Silêncio. Lá se foi All Jarreau, cantor de jazz, pop e rock and blues.

Kim Jong-nam, irmão do ditador norte coreano Kim Jong-un, foi atacado no aeroporto da Malásia e morreu no atentado mais bizarro da história.

O Brasil ficou sabendo que Luislinda Valois, embaixadora do reverendo Moon e nova ministra dos Direitos Humanos, maquiou o seu currículo.

Alexandre de Moraes, que fez de sua tese um grande plágio, também maquiou o seu currículo e foi indicado como ministro do STF.

Cercado de denúncias por todos os lados, o chanceler José Serra sentiu dor nas costas e deixou o governo.

Pra completar, o ministro do STF, Marco Aurélio Mello, mandou soltar o goleiro Bruno, preso por um crime indefensável . Alguns fãs, correram pro abraço e para fazer self com o ex-presidiário.

Ai chegou o carnaval dos bloquinhos e do Fora Temer.

Como o show não podia parar, veio o Oscar e com ele o prêmio de maior mico do ano. Muito ti ti ti, muito blá blá blá e o Oscar foi para… La La Land.

E as noticias não pararam de chegar.

Paraisópolis pegou fogo.

Pesquisa mostrou Lula disparado na frente.

Milhares de pessoas saíram às ruas contra a reforma da Previdência.

Mas o ano estava apenas começando.

Enquanto Chuck Berry, aos 90 anos, despedia-se do mundo, Lula, acompanhado de Dilma foi pra Paraíba, onde o sertão virou mar. A festa parecia não ter hora pra acabar.

E como o Brasil é uma caixinha de surpresas e escândalos, veio à tona mais um, o da carne podre, adulterada e recheada de papelão. Temer reagiu e convidou embaixadores dos países importadores para um churrasco amigo em Brasília.

Para mostrar que a carne brasileira era boa e não trazia perigo algum, o presidente golpista mastigou e engoliu uma bela picanha argentina.

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