Cultura

Pós-ômicron, Marisa Monte começa turnê

Os shows passarão por dezesseis 16 cidades brasileiras e dez norte-americanas, além de Lisboa e Porto e Montevidéu e Buenos Aires

(Foto: Leo Aversa/Divulgação)
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Marisa Monte inicia nesta sexta-feira, em São Paulo, a turnê Portas. Baseada no disco homônimo, a turnê, que foi adiada por conta da contaminação da artista pelo coronavírus, passará por dezesseis 16 cidades brasileiras e dez norte-americanas, além de Lisboa e Porto e Montevidéu e Buenos Aires. 

Certa feita, o jornalista carioca Tom Leão escreveu que a Legião Urbana não fazia shows, mas promovia cultos, tal a religiosidade com a qual o público tratava o vocalista e letrista Renato Russo. Guardadas as devidas proporções, Marisa Monte não lança discos: promove acontecimentos. 

Seus álbuns são aguardados ansiosamente pelos fãs e pela crítica. Desde 1989, quando surgiu no mercado fonográfico com MM, a cantora deu um norte para a cena daquele período e influenciou as gerações seguinte de intérpretes. Hoje, pode-se dizer que Marisa, com sua voz bem colocada e doce e técnica impecável, virou até escola de canto. 

Uma de suas lições mais preciosas foi evitar o pecado da repetição. O repertório de MM ia de Mutantes a Titãs, de Cartola e Candeia a Marvin Gaye, o que fez com que muitas gravadoras buscassem artistas do sexo feminino com repertório eclético. Dois anos depois da estreia, Marisa ressurgiu com Mais, um trabalho praticamente autoral, onde inaugurou parcerias com Arnaldo Antunes, Nando Reis e Branco Melo. 

Em Cor de Rosa e Carvão, o lançamento seguinte, ela não apenas intensificou o cancioneiro da própria lavra como trouxe Carlinhos Brown para o seu seleto grupo de colaboradores. O equilíbrio do repertório é ainda determinante em seu trabalho. Para cada nova canção, ela relê autores como Cartola, Paulinho da Viola, Jorge Ben Jor e Nelson Cavaquinho e até o americano Lou Reed.

Portas, lançado em julho do ano passado, interrompeu um hiato de 12 anos sem trabalhos solo – a única exceção foi o retorno dos Tribalistas, projeto que tem ao lado de Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown. O disco, mais do que um novo trabalho, é um alívio para tempos sombrios. 

Há canções que pedem calma, falam de amor e natureza em ritmos que vão do soul (Calma) até o rock progressivo (Fazendo Cena) e, claro, MPB. Os colaboradores mais fiéis (o baixista Dadi Carvalho, Arnaldo Antunes e Nando Reis) são misturados ao sangue novo de Chico Brown e Flor (filhos de Carlinhos Brown e Seu Jorge), Marcelo Camelo e Pretinho da Serrinha. 

Portas estará no centro da nova turnê, cujo repertório tem sido mantido em segredo – ainda que nas redes sociais ela tenha afirmado que Maria de Verdade e Ainda Lembro estarão no set list

A banda de apoio traz o baixo seguro de Dadi, a guitarra repleta de suingue e efeitos de Davi Moraes e a bateria precisa de Pupillo, ao lado de, entre outros, Pretinho da Serrinha (percussão, cavaquinho e voz) e Chico Brown (teclado, guitarra, baixo e voz). 

Vale reforçar que, ao vivo, as canções de Marisa Monte crescem ainda mais, seja pela performance da cantora seja pelo desempenho da banda, nunca menos que impecável. Marisa, mais uma vez, promete promover um grande acontecimento.

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