Cultura
Outro Renascimento
Gravuras mostram influência de alemães como Dürer


Em 1517, um rinoceronte assombrou a Europa. Nem tanto o animal ofertado dois anos antes por um sultão ao rei Manoel de Portugal, que preferiu repassá-lo ao papa Leão X, a quem a criatura chegou empalhada depois de um naufrágio na costa italiana. Mas, sim, uma representação dessa estranha espécie, desconhecida no continente, assinada pelo pintor alemão Albrecht Dürer. Sem nunca ter visto semelhante besta, fez um desenho e o imprimiu na técnica de xilogravura, baseado no relato de uma testemunha do original presente. Tornou-se uma das obras-primas do artista e uma espécie de símbolo do chamado Renascimento alemão nas artes, aparentado e menos badalado que seu congênere italiano. De sexta 19 a 13 de janeiro, a exposição no Museu de Arte de São Paulo quer reafirmar a importância artística do movimento.
Luzes do Norte – Desenhos e Gravuras da Coleção Barão de Rothschild explicita as técnicas das 61 obras requisitadas e sua origem, na doação de 100 mil peças que a família judia de ascendência germânica fez ao Museu do Louvre nos anos 1930. Entre elas, estão O Rinoceronte e mais sete gravuras e quatro desenhos de Dürer (1471-1528), nome maior desse período de valorização das iniciativas artísticas e que por si só explica o contexto decisivo para tanto. Antes dele houve precursores do buril, em especial Martin Schongauer, representado pela curiosa gravura reforçada com guache Três Cabeças Orientais, busto. Dürer soube aproveitar o invento da impressão por Gutenberg para popularizar o suporte da gravura. E não o fez apenas na Alemanha. Viajou à Itália e ali impôs a importância e a nobreza da técnica. Realizou obras clássicas como Adão e Eva ou A Queda, A Santíssima Trindade e Santo Eustáquio e assinou tratados teóricos.Estes são vários e reuniram-se numa tendência conhecida como Escola do Danúbio. A mostra contempla nomes como Hans Burgkmair, Hans Baldung (Grien), Hans Sebald Beham e, talvez o mais célebre, Lucas Cranach, o Velho. Dele se poderá ver o retrato de Martinho Lutero, xilogravura de São Cristóvão, e um dos poucos óleos sobre tela acrescentados à curadoria de Pascal Torres, Retrato de Jovem Aristocrata (Um Jovem da Família Rava).
Luzes do norte – Desenhos e gravuras da coleção Barão de Rothschild
Museu de Arte de São Paulo
de 19/10 a 13/1/13
Em 1517, um rinoceronte assombrou a Europa. Nem tanto o animal ofertado dois anos antes por um sultão ao rei Manoel de Portugal, que preferiu repassá-lo ao papa Leão X, a quem a criatura chegou empalhada depois de um naufrágio na costa italiana. Mas, sim, uma representação dessa estranha espécie, desconhecida no continente, assinada pelo pintor alemão Albrecht Dürer. Sem nunca ter visto semelhante besta, fez um desenho e o imprimiu na técnica de xilogravura, baseado no relato de uma testemunha do original presente. Tornou-se uma das obras-primas do artista e uma espécie de símbolo do chamado Renascimento alemão nas artes, aparentado e menos badalado que seu congênere italiano. De sexta 19 a 13 de janeiro, a exposição no Museu de Arte de São Paulo quer reafirmar a importância artística do movimento.
Luzes do Norte – Desenhos e Gravuras da Coleção Barão de Rothschild explicita as técnicas das 61 obras requisitadas e sua origem, na doação de 100 mil peças que a família judia de ascendência germânica fez ao Museu do Louvre nos anos 1930. Entre elas, estão O Rinoceronte e mais sete gravuras e quatro desenhos de Dürer (1471-1528), nome maior desse período de valorização das iniciativas artísticas e que por si só explica o contexto decisivo para tanto. Antes dele houve precursores do buril, em especial Martin Schongauer, representado pela curiosa gravura reforçada com guache Três Cabeças Orientais, busto. Dürer soube aproveitar o invento da impressão por Gutenberg para popularizar o suporte da gravura. E não o fez apenas na Alemanha. Viajou à Itália e ali impôs a importância e a nobreza da técnica. Realizou obras clássicas como Adão e Eva ou A Queda, A Santíssima Trindade e Santo Eustáquio e assinou tratados teóricos.Estes são vários e reuniram-se numa tendência conhecida como Escola do Danúbio. A mostra contempla nomes como Hans Burgkmair, Hans Baldung (Grien), Hans Sebald Beham e, talvez o mais célebre, Lucas Cranach, o Velho. Dele se poderá ver o retrato de Martinho Lutero, xilogravura de São Cristóvão, e um dos poucos óleos sobre tela acrescentados à curadoria de Pascal Torres, Retrato de Jovem Aristocrata (Um Jovem da Família Rava).
Luzes do norte – Desenhos e gravuras da coleção Barão de Rothschild
Museu de Arte de São Paulo
de 19/10 a 13/1/13
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