Cultura

Ouro de breque

Moreira da Silva sempre sonhou em dividir espaço com os grandes ases do dó de peito, como Vicente Celestino ou Orlando Silva. Mas foi no samba de breque que encontrou seu caminho

Moreira da Silva encontrou no samba de breque seu modo de fazer música
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por Tárik de Souza

O TAL MALANDRO – O ÚLTIMO MALANDRO


Moreira da Silva


Discobertas

O sonho do motorista de ambulância Antonio Moreira da Silva (1902-2000) era disputar espaço, com canções e serestas, entre os grandes ases do dó de peito de sua época, Vicente Celestino, Francisco Alves e Orlando Silva. Mas encontrou “petróleo” no samba de breque, a que acrescentou improvisos e declamações. Um violonista surpreendido pela novidade, inaugurada numa apresentação de Jogo Proibido, em 1936, reclamou: “Não estou acostumado a acompanhar conversa”. O traje malandro de terno branco e chapéu completou o estilo praticado por quase 70 anos, em meio a tentativas de soltar o inesperado vozeirão em canções românticas.

Algumas dessas recaídas (Aquele Adeus, Meu Pecado, Cigano, Hilda, Reconciliação, Fingida) podem ser pescadas nos oito CDs das duas caixas com reedições de seus álbuns gravados entre 1958 e 1966, sua fase de maior sucesso. Mas são exceções nas aulas de picardia e humor de Na Subida do Morro, Acertei no Milhar, Amigo Urso, Esta Noite Eu Tive um Sonho, Dormi no Molhado e Mil e Uma Trapalhadas, da inesperada dupla autoral Sinhô e Wilson Batista. Discutível autor de boa parte do repertório, Kid Morengueira, como se alcunhava, antecipou o sambandido de Bezerra da Silva em temas como Vara Criminal, Olha o Padilha, Averiguações, Chave de Cadeia, Minha Sentença e Patrulha da Cidade. E protagonizou paródias de filmes de caricata sonoplastia (O Rei do Gatilho, Morengueira contra 007, O Último dos Moicanos), de Miguel Gustavo. Personagem de si mesmo, definiu-se em Sou o Primeiro: O rei do breque no Brasil sou eu/ pois foi um dom que Deus me deu.

por Tárik de Souza

O TAL MALANDRO – O ÚLTIMO MALANDRO


Moreira da Silva


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O sonho do motorista de ambulância Antonio Moreira da Silva (1902-2000) era disputar espaço, com canções e serestas, entre os grandes ases do dó de peito de sua época, Vicente Celestino, Francisco Alves e Orlando Silva. Mas encontrou “petróleo” no samba de breque, a que acrescentou improvisos e declamações. Um violonista surpreendido pela novidade, inaugurada numa apresentação de Jogo Proibido, em 1936, reclamou: “Não estou acostumado a acompanhar conversa”. O traje malandro de terno branco e chapéu completou o estilo praticado por quase 70 anos, em meio a tentativas de soltar o inesperado vozeirão em canções românticas.

Algumas dessas recaídas (Aquele Adeus, Meu Pecado, Cigano, Hilda, Reconciliação, Fingida) podem ser pescadas nos oito CDs das duas caixas com reedições de seus álbuns gravados entre 1958 e 1966, sua fase de maior sucesso. Mas são exceções nas aulas de picardia e humor de Na Subida do Morro, Acertei no Milhar, Amigo Urso, Esta Noite Eu Tive um Sonho, Dormi no Molhado e Mil e Uma Trapalhadas, da inesperada dupla autoral Sinhô e Wilson Batista. Discutível autor de boa parte do repertório, Kid Morengueira, como se alcunhava, antecipou o sambandido de Bezerra da Silva em temas como Vara Criminal, Olha o Padilha, Averiguações, Chave de Cadeia, Minha Sentença e Patrulha da Cidade. E protagonizou paródias de filmes de caricata sonoplastia (O Rei do Gatilho, Morengueira contra 007, O Último dos Moicanos), de Miguel Gustavo. Personagem de si mesmo, definiu-se em Sou o Primeiro: O rei do breque no Brasil sou eu/ pois foi um dom que Deus me deu.

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