As menos de cem páginas de Cerco Animal podem, em um primeiro momento, não dar a dimensão precisa do soco que é o livro. É que a linguagem poética da prosa de Vanessa Londoño, autora nascida em Bogotá, escamoteia, ao olhar inicial, a profundidade de uma história de dor e atrocidades.
As impressões iniciais dissipam-se conforme a trama avança. Corpos mutilados, episódios de violência gerados pelo patriarcado e a busca de uma maneira de narrar que dê conta disso tudo se combinam e, ora, se digladiam. Como contar com precisão os horrores físicos, emocionais e espirituais que as personagens enfrentam?
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