Na década de 1990, no Distrito Federal, tempo e lugar onde se desenvolve a maior parte da trama de Vale o Que Tá Escrito, o mundo é dividido entre as pessoas que têm um Chevette e as que têm um Vectra. Ter um ou outro carro, nos dirá Dan, autor brasileiro que mantém o mistério sobre sua identidade, exige um jogo de cintura entre o trabalho respeitado, bicos e alguma atividade fora da lei.
A atmosfera que permeia as recordações vertiginosas do narrador recupera um clima das duas últimas décadas do século XX: as festinhas de infantis em que os adultos se divertem mais que as crianças, a alegria dominical interrompida por algum plantão da TV Globo, as fitas cassete ou os vinis tocando a música preferida dos pais e algum colega de escola apelidado de Godines.
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