Cultura

O que rola na Flip?

Saiba quais são as apostas e destaques do festival que se encerra no domingo

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Se estivesse vivo, Carlos Drummond de Andrade completaria 110 anos em outubro deste ano. Sob a curadoria de Miguel Conde, o poeta mineiro é o grande homenageado da 10ª edição da Festa Literária de Paraty, que começou na quarta-feira 4. A homenagem ao “poeta do tempo presente” teve início com as palestras do poeta e professor Silviano Santiago – para quem o século XX como irmão mais velho do poeta mineiro – e do também poeta Antonio Cícero.

Mas nem só de Drummond vive a décima edição do festival. Ao todo, 39 escritores foram convidados, 20 deles estrangeiros. Desde sua primeira edição, em 2003, a Flip já triplicou de tamanho: para 2012 a estimativa é que a cidade histórica receba cerca de 25 mil aficionados por literatura.

Até domingo, quando ocorre o encerramento da festa, terão sido realizadas 20 mesas de debate no palco principal – a Tenda dos Autores – em volta da qual outros duzentos eventos, entre festivais paralelos, uma edição infantil, lançamentos de livros e coquetéis de editoras. A programação da Casa da Cultura de Paraty tem ainda uma homenagem ao escritor Jorge Amado e atrações internacionais, como a escritora britânica Annalena McAfee e o cineasta espanhol David Trueba.

Logo na abertura, na quarta-feira 4, o escritor gaúcho Luis Fernando Veríssimo provocou risos na plateia ao falar dos 10 anos do evento. Ele relembrou sua gafe cometida em 2008, quando mediava uma palestra e chamou o festival de “Clip”. “Quatro anos depois, acho que a Flip quis me dar a oportunidade de corrigir a minha gafe”, brincou. “Meu C também aludia ao fato de grande parte do charme e do brilho do evento acontecer nas mesas dos bares e restaurantes em Paraty. Também era um C de comilança, de convescote e de conversa noite a dentro”, completou.

Os destaques desta edição da Flip são os americanos Jonathan Franzen –  autor do celebrado Liberdade -, Jennifer Egan, vencedora do prêmio Pulitzer por A Visita Cruel do Tempo, e o britânico Ian McEwan, que já havia comparecido à festa em 2004 e retorna para lançar Serena, seu mais novo romance. Destsques também para James Shapiro, Stephen Greenblatt, Jonathan Franzen, Dulce Maria Cardoso, Rubens Figueiredo, Zuenir Ventura – que lança Sagrada Família, seu primeiro livro de ficção.

Apostas

Algumas revelações da literatura dão as caras na festa deste ano. Com apenas 39 anos, Alejandro Zambra é apontado pela crítica hispano-americana como uma revelação das letras chilenas. O escritor tem Bonsai, seu romance de estreia, publicado agora no Brasil pela editora Cosac Naify. O livro já recebeu diversos prêmios importantes e foi adaptado para o cinema por Cristián Jiménez no ano passado. Zambra vai participar da mesa “Apenas Literatura”, ao lado do espanhol Enrique Vilas Matas, e vai falar sobre personagens da literatura que marcaram sua vida.

Outro autor ainda desconhecido do grande público, mas que também vem sendo tratado como uma revelção pela crítica é o nigeriano Teju Cole. Em Cidade Aberta, livro recém-lançado pela Companhia das Letras, Cole acompanha as andanças de um nigeriano residente em Nova York  pela cidade e pelo mundo. Numa prosa fluente, as lembranças desoladas do 11 de Setembro se misturam a reflexões sobre identidade, pertencimento e solidão.

Granta

Esta edição da Flip também é marcada pelo lançamento de uma edição especial da revista Granta em português, com trabalhos com textos inéditos de ficção e não ficção dos melhores jovens escritores brasileiros. A publicação é uma das revistas literárias mais influentes de língua inglesa, teve sua edição em português lançada em 2007.

A edição especial com escritores brasileiros será traduzida e publicada também no Reino Unido e nos países de língua espanhola. Na quinta-feira 05 a lista oficial com os 20 escritores escolhidos foi divulgada e inclui nomes como Vanessa Barbara, Antonio Prata, João Paulo Cuenca, Emilio Fraia, Daniel Galera e Chico Mattoso.

A Flip, orçada em 8,4 milhões de reais, é um dos eventos literários mais caros do Brasil. Uma pequena parte desse valor (1,4 milhão) é destinada às ações da Flipinha e da Flipzona, que envolvem crianças e adolescentes de Paraty e região.

Se estivesse vivo, Carlos Drummond de Andrade completaria 110 anos em outubro deste ano. Sob a curadoria de Miguel Conde, o poeta mineiro é o grande homenageado da 10ª edição da Festa Literária de Paraty, que começou na quarta-feira 4. A homenagem ao “poeta do tempo presente” teve início com as palestras do poeta e professor Silviano Santiago – para quem o século XX como irmão mais velho do poeta mineiro – e do também poeta Antonio Cícero.

Mas nem só de Drummond vive a décima edição do festival. Ao todo, 39 escritores foram convidados, 20 deles estrangeiros. Desde sua primeira edição, em 2003, a Flip já triplicou de tamanho: para 2012 a estimativa é que a cidade histórica receba cerca de 25 mil aficionados por literatura.

Até domingo, quando ocorre o encerramento da festa, terão sido realizadas 20 mesas de debate no palco principal – a Tenda dos Autores – em volta da qual outros duzentos eventos, entre festivais paralelos, uma edição infantil, lançamentos de livros e coquetéis de editoras. A programação da Casa da Cultura de Paraty tem ainda uma homenagem ao escritor Jorge Amado e atrações internacionais, como a escritora britânica Annalena McAfee e o cineasta espanhol David Trueba.

Logo na abertura, na quarta-feira 4, o escritor gaúcho Luis Fernando Veríssimo provocou risos na plateia ao falar dos 10 anos do evento. Ele relembrou sua gafe cometida em 2008, quando mediava uma palestra e chamou o festival de “Clip”. “Quatro anos depois, acho que a Flip quis me dar a oportunidade de corrigir a minha gafe”, brincou. “Meu C também aludia ao fato de grande parte do charme e do brilho do evento acontecer nas mesas dos bares e restaurantes em Paraty. Também era um C de comilança, de convescote e de conversa noite a dentro”, completou.

Os destaques desta edição da Flip são os americanos Jonathan Franzen –  autor do celebrado Liberdade -, Jennifer Egan, vencedora do prêmio Pulitzer por A Visita Cruel do Tempo, e o britânico Ian McEwan, que já havia comparecido à festa em 2004 e retorna para lançar Serena, seu mais novo romance. Destsques também para James Shapiro, Stephen Greenblatt, Jonathan Franzen, Dulce Maria Cardoso, Rubens Figueiredo, Zuenir Ventura – que lança Sagrada Família, seu primeiro livro de ficção.

Apostas

Algumas revelações da literatura dão as caras na festa deste ano. Com apenas 39 anos, Alejandro Zambra é apontado pela crítica hispano-americana como uma revelação das letras chilenas. O escritor tem Bonsai, seu romance de estreia, publicado agora no Brasil pela editora Cosac Naify. O livro já recebeu diversos prêmios importantes e foi adaptado para o cinema por Cristián Jiménez no ano passado. Zambra vai participar da mesa “Apenas Literatura”, ao lado do espanhol Enrique Vilas Matas, e vai falar sobre personagens da literatura que marcaram sua vida.

Outro autor ainda desconhecido do grande público, mas que também vem sendo tratado como uma revelção pela crítica é o nigeriano Teju Cole. Em Cidade Aberta, livro recém-lançado pela Companhia das Letras, Cole acompanha as andanças de um nigeriano residente em Nova York  pela cidade e pelo mundo. Numa prosa fluente, as lembranças desoladas do 11 de Setembro se misturam a reflexões sobre identidade, pertencimento e solidão.

Granta

Esta edição da Flip também é marcada pelo lançamento de uma edição especial da revista Granta em português, com trabalhos com textos inéditos de ficção e não ficção dos melhores jovens escritores brasileiros. A publicação é uma das revistas literárias mais influentes de língua inglesa, teve sua edição em português lançada em 2007.

A edição especial com escritores brasileiros será traduzida e publicada também no Reino Unido e nos países de língua espanhola. Na quinta-feira 05 a lista oficial com os 20 escritores escolhidos foi divulgada e inclui nomes como Vanessa Barbara, Antonio Prata, João Paulo Cuenca, Emilio Fraia, Daniel Galera e Chico Mattoso.

A Flip, orçada em 8,4 milhões de reais, é um dos eventos literários mais caros do Brasil. Uma pequena parte desse valor (1,4 milhão) é destinada às ações da Flipinha e da Flipzona, que envolvem crianças e adolescentes de Paraty e região.

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