Cultura

O mestre da reciclagem

John Carpenter. Inspiração dos velhos mestres, inventividade e mix onívoro de gêneros

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John Carpenter. Inspiração dos velhos mestres, inventividade e mix onívoro de gêneros
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“Na França, sou um autor. Na Inglaterra, um diretor de filmes de gênero. Nos Estados Unidos, um vagabundo.” Esta cáustica autodefinição resume o desacordo entre John Carpenter e a indústria norte-americana do cinema e ajuda a explicar a inconstância de sua filmografia.

Nascido em 1948, o cineasta diz que gostaria de ter trabalhado na era dos grandes estúdios. O cinema que o inspira é o dos velhos mestres (Hawks, Ford, Hitchcock) e dos gêneros clássicos: faroeste, policial, musical, terror. Como lhe tocou viver em outra era, Carpenter faz em seus filmes de baixo orçamento e alta inventividade um mix onívoro de gêneros, estilos e referências.

Seu primeiro trabalho de destaque, por exemplo, O Assalto à 13ª DP (1976), transfere para o policial urbano a situação dramática do western Rio Bravo, de Hawks.

Com sua fluência narrativa e seu sentido de atmosfera, Carpenter realizou um dos maiores sucessos do cinema independente, Halloween (1978), um terror de baixo custo que estourou na bilheteria e gerou várias sequências, dirigidas por outros.

Seus filmes mais marcantes são os que se situam na confluência da ficção científica com o horror: O Enigma do Outro Mundo, Fuga de Nova York, Christine, Eles Vivem. Nesse universo apocalíptico, a música tem um papel central. Carpenter, que criou uma banda nos anos 1970, compõe muitas de suas trilhas e costuma escalar músicos no elenco: Ice Cube, Isaac Hayes, Alice Cooper.“Os filmes são pedaços de película colados segundo certo ritmo, uma pulsação básica,


como uma composição musical”, diz o cineasta.

“O ritmo que você cria afeta a plateia.” E como afeta.

DVDs

Halloween – A Noite do Terror (1978)


No Dia das Bruxas de 1963, numa cidadezinha de Illinois, uma adolescente é morta a facadas pelo irmão de 6 anos, Michael Myers. Internado por 15 anos, ele se liberta na véspera do Halloween de 1978 e volta à cidade. Maior sucesso de bilheteria de Carpenter e filme de estreia de Jamie Lee Curtis.

Starman – O Homem das Estrelas (1984)


Um alienígena, cuja espaçonave caiu na Terra, tem três dias para chegar ao lugar onde será resgatado. Ele assume as feições de um homem que acabou de morrer (Jeff Bridges) e pede ajuda à viúva (Karen Allen). Suspense e  humor se combinam nesta espécie de versão adulta de E.T.

Eles Vivem (1988)


Operário (Roddy Piper) encontra um par de óculos escuros especiais. Ao usá-los, vê as coisas como elas são, o que inclui alienígenas disfarçados de gente de bem: políticos, empresários, jornalistas, todos empenhados em impedir que as pessoas vejam que estão sendo dominadas. Uma crítica radical de nossa época.

“Na França, sou um autor. Na Inglaterra, um diretor de filmes de gênero. Nos Estados Unidos, um vagabundo.” Esta cáustica autodefinição resume o desacordo entre John Carpenter e a indústria norte-americana do cinema e ajuda a explicar a inconstância de sua filmografia.

Nascido em 1948, o cineasta diz que gostaria de ter trabalhado na era dos grandes estúdios. O cinema que o inspira é o dos velhos mestres (Hawks, Ford, Hitchcock) e dos gêneros clássicos: faroeste, policial, musical, terror. Como lhe tocou viver em outra era, Carpenter faz em seus filmes de baixo orçamento e alta inventividade um mix onívoro de gêneros, estilos e referências.

Seu primeiro trabalho de destaque, por exemplo, O Assalto à 13ª DP (1976), transfere para o policial urbano a situação dramática do western Rio Bravo, de Hawks.

Com sua fluência narrativa e seu sentido de atmosfera, Carpenter realizou um dos maiores sucessos do cinema independente, Halloween (1978), um terror de baixo custo que estourou na bilheteria e gerou várias sequências, dirigidas por outros.

Seus filmes mais marcantes são os que se situam na confluência da ficção científica com o horror: O Enigma do Outro Mundo, Fuga de Nova York, Christine, Eles Vivem. Nesse universo apocalíptico, a música tem um papel central. Carpenter, que criou uma banda nos anos 1970, compõe muitas de suas trilhas e costuma escalar músicos no elenco: Ice Cube, Isaac Hayes, Alice Cooper.“Os filmes são pedaços de película colados segundo certo ritmo, uma pulsação básica,


como uma composição musical”, diz o cineasta.

“O ritmo que você cria afeta a plateia.” E como afeta.

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Halloween – A Noite do Terror (1978)


No Dia das Bruxas de 1963, numa cidadezinha de Illinois, uma adolescente é morta a facadas pelo irmão de 6 anos, Michael Myers. Internado por 15 anos, ele se liberta na véspera do Halloween de 1978 e volta à cidade. Maior sucesso de bilheteria de Carpenter e filme de estreia de Jamie Lee Curtis.

Starman – O Homem das Estrelas (1984)


Um alienígena, cuja espaçonave caiu na Terra, tem três dias para chegar ao lugar onde será resgatado. Ele assume as feições de um homem que acabou de morrer (Jeff Bridges) e pede ajuda à viúva (Karen Allen). Suspense e  humor se combinam nesta espécie de versão adulta de E.T.

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