O Livre Pensar

Projeto Longevo de Adauto Novaes apresenta ensaios e vídeos de autores de grande envergadura

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Ao longo de 32 anos, Adauto Novaes dedicou-se à arte do pensar. Jornalista e professor, recebeu do governo francês o título Chévalier des Arts et Lettres, uma condecoração concedida a franceses e estrangeiros por notáveis contribuições ao desenvolvimento das artes e das letras. Honraria justa a quem tem se dedicado, de forma incansável, a reunir o pensamento de intelectuais em ensaios filosóficos e políticos. Parte desse material começa a ser disponibilizado, gratuitamente, pela plataforma digital artepensamento.com.br.

Organizador de ciclos de conferências que resultaram em dezenas de livros de ensaios, Novaes promoveu encontros com alguns dos maiores pensadores do Brasil e de fora. O site catalogou, nesta primeira fase, 127 autores da envergadura de Alfredo Bosi, Bento Prado Jr., Fábio Konder Comparato, Ferreira Gullar, Francis Wolff, Gérard Lebrun, Jacques Rancière, Marilena Chauí, Michael Löwy, Paulo Leminski e Renato Janine Ribeiro. O time composto de filósofos, escritores, músicos, cientistas políticos e sociólogos, historiadores, críticos literários e médicos confere diversidade ao conteúdo, com mais de 800 ensaios e vídeos já publicados.

Jornalista e professor, Adauto Novaes tem dedicado seus estudos a um mundo em mutação

Nesta primeira etapa do projeto, custeado pelo Instituto Moreira Salles, foram apresentadas 17 coleções, com temas como a crise da razão, tempo e história, o medo, os sentidos da paixão, o espetáculo, o homem-máquina, a ética e visões sobre a América Latina. Há, na maioria das reflexões, uma preocupação em dar novas respostas sobre o mundo em mutação, temática sobre a qual Novaes tem se debruçado nos últimos anos. Para ele, a revolução em curso, ao contrário das ocorridas durante o Renascimento e o Iluminismo, dá-se em todas as áreas, porém encontra o vazio do pensamento da política, incapaz de responder com rapidez às transformações da sociedade.

A plataforma digital não significa comunhão de pontos de vista, mas um rico debate de diferentes e até contraditórias concepções. O idealizador do projeto afirma que o trabalho representa um “manifesto de discórdia contra as crenças do pensamento único”. O sociólogo Francisco de Oliveira, por exemplo, comparece em ensaio no qual faz uma ácida crítica à produção intelectual após a chegada do PT ao poder, afirmando que houve uma “evidente vitória ideológica da direita”. Marilena Chauí prefere ver essa retração como consequência da redução do espaço público ante a expansão do privado e a substituição do intelectual engajado pelo especialista competente, sempre pronto a opinar sobre qualquer coisa com um receituário “para viver bem”.

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