Cultura

O laboratório de Emicida

O rapper paulistano quer usar o conhecimento que adquiriu com sua própria carreira para agenciar novos artistas

Emicida quer usar o conhecimento que adquiriu com sua própria carreira para agenciar novos artistas
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A inspiração para batizar o negócio veio do mundo dos quadrinhos. Lendo a HQ do Motoqueiro Fantasma, seu super-herói favorito, o rapper Emicida achou que a oficina de espectros que viviam na internet (e que, em certa edição, criavam um plano contra o governo) era a metáfora perfeita para o projeto que ele mesmo havia criado. “Na revista, o nome da oficina era Fantasma e como nós também estamos fazendo experiências através da internet para lutar contra um sistema, o nome acabou ficando Laboratório Fantasma”, explica o rapper paulistano, durante coletiva de imprensa realizada na quarta-feira 22.

O tal sistema é a indústria fonográfica. Com sua empresa, Emicida pretende utilizar o conhecimento que acumulou com sua própria carreira para impulsionar o trabalho de outros artistas. A ideia é buscar o melhor produto final ao menor custo possível. Para isso, o rapper e Evandro Fióti – seu irmão, empresário e sócio – concluíram que, diferentemente do que acontece nas grandes gravadoras, a única maneira de fazer isso seria participando ativamente de cada etapa do processo.

E Emicida sabe do que está falando. Em 2008, depois de ter ficado conhecido por vencer batalhas de rima e improviso entre MCs, ele se juntou ao produtor Felipe Vassão para lançar Triunfo, sua primeira música de trabalho. Divulgada apenas por meio de sua pequena gravadora – na época ainda chamada Na Humilde Crew -, o vídeo do single atingiu mais de dois milhões de visualizações no youtube. Mais tarde, faria parte da mixtape Pra quem já mordeu cachorro por comida até que eu cheguei longe. Comercializada por apenas dois reais durante os shows, vendeu dez mil cópias. “Nenhum de nós fez faculdade de marketing, tudo que sabemos foi fazendo mesmo”, afirma Fióti.

As mixtapes eram gravadas em CDS, embaladas em uma folha de papel suflite estampada com um logo em stencil. “A ideia na época era fazer com que nossa música trouxesse a necessidade de nossa presença. A gente tinha que fazer shows”, explica Emicida. Na medida em que o sucesso aumentava, outros produtos  como camisetas, bonés e, mais recentemente, moletons foram incorporados à marca. Hoje, com a loja virtual e com a incorporação de novos músicos, a Laboratório Fantasma pretende crescer 900% até o final de 2012.

Agora, para ser agenciado por Emicida tem que ter garra: “A pessoa tem que saber o que ela quer, tem que ter opinião e saber dialogar com o público. Tem que ter desejo de trabalhar e disposição para vencer”, alerta.  Em seu catálogo, a empresa já conta com artistas em ascensão como Rael da Rima e Ogi, além da banda Mão de Oito, que faz um rock-MPB leve, e o DJ Nyack. “Ser rapper não é uma necessidade, a gente tem que se identificar com o som. É claro que nós temos mais conhecimento com o que acontece no rap, mas queremos nos aventurar”, diz.

A empresa entra com um investimento financeiro e ajuda o músico a construir um plano de carreira. O objetivo é que em poucos anos o artista tenha liberdade para desenvolver sua carreira sozinho. “Mais do que uma relação de dependência, nós queremos uma parceria. E em pouco tempo se eu participar do trabalho de alguém tem que ser mais por identificação do que por necessidade”, entende o rapper.

Por enquanto, a Laboratório Fantasma não está em busca de novos artistas. “Por um ou dois anos são esses os nomes que vamos trabalhar e não queremos assinar com mais ninguém agora”, explicou o Fióti. Os irmãos dizem não querer “dar um passo maior do que a perna” e pretendem dar a devida atenção ao seu atual casting.

Atualmente Emicida cumpre expediente integral em sua empresa, mas nem por isso deixou de escrever suas próprias rimas. “Tem gente que fala que eu sou artista, deveria me dedicar só a fazer rap. Mas comigo não tem isso, antes eu vendia hot dog na porta da Portuguesa, era ajudante de pedreiro com meu padastro e chegava em casa e fazia rap, morou?”. No ano que vem ele deve lançar seu primeiro álbum de estúdio.

Agora a empresa também quer atuar como promotora de eventos. Na última quinta-feira de cada mês, realizará a festa “Estilo Livre”, no StudioSP Vila Madalena. A primeira edição será no dia 30 de agosto e terá show de Ogi. A Laboratório Fantasma já tem uma sede física, que fica no bairro de Santana, em São Paulo, além de diversos pontos de venda dos produtos comercializados pela empresa. Outro desejo é ampliar o espaço, para os fãs visitarem. “Queria um espaço para o pessoal chegar e ficar, curtir um som. É, meu chapa! Ambição!”, resume Emicida.

A inspiração para batizar o negócio veio do mundo dos quadrinhos. Lendo a HQ do Motoqueiro Fantasma, seu super-herói favorito, o rapper Emicida achou que a oficina de espectros que viviam na internet (e que, em certa edição, criavam um plano contra o governo) era a metáfora perfeita para o projeto que ele mesmo havia criado. “Na revista, o nome da oficina era Fantasma e como nós também estamos fazendo experiências através da internet para lutar contra um sistema, o nome acabou ficando Laboratório Fantasma”, explica o rapper paulistano, durante coletiva de imprensa realizada na quarta-feira 22.

O tal sistema é a indústria fonográfica. Com sua empresa, Emicida pretende utilizar o conhecimento que acumulou com sua própria carreira para impulsionar o trabalho de outros artistas. A ideia é buscar o melhor produto final ao menor custo possível. Para isso, o rapper e Evandro Fióti – seu irmão, empresário e sócio – concluíram que, diferentemente do que acontece nas grandes gravadoras, a única maneira de fazer isso seria participando ativamente de cada etapa do processo.

E Emicida sabe do que está falando. Em 2008, depois de ter ficado conhecido por vencer batalhas de rima e improviso entre MCs, ele se juntou ao produtor Felipe Vassão para lançar Triunfo, sua primeira música de trabalho. Divulgada apenas por meio de sua pequena gravadora – na época ainda chamada Na Humilde Crew -, o vídeo do single atingiu mais de dois milhões de visualizações no youtube. Mais tarde, faria parte da mixtape Pra quem já mordeu cachorro por comida até que eu cheguei longe. Comercializada por apenas dois reais durante os shows, vendeu dez mil cópias. “Nenhum de nós fez faculdade de marketing, tudo que sabemos foi fazendo mesmo”, afirma Fióti.

As mixtapes eram gravadas em CDS, embaladas em uma folha de papel suflite estampada com um logo em stencil. “A ideia na época era fazer com que nossa música trouxesse a necessidade de nossa presença. A gente tinha que fazer shows”, explica Emicida. Na medida em que o sucesso aumentava, outros produtos  como camisetas, bonés e, mais recentemente, moletons foram incorporados à marca. Hoje, com a loja virtual e com a incorporação de novos músicos, a Laboratório Fantasma pretende crescer 900% até o final de 2012.

Agora, para ser agenciado por Emicida tem que ter garra: “A pessoa tem que saber o que ela quer, tem que ter opinião e saber dialogar com o público. Tem que ter desejo de trabalhar e disposição para vencer”, alerta.  Em seu catálogo, a empresa já conta com artistas em ascensão como Rael da Rima e Ogi, além da banda Mão de Oito, que faz um rock-MPB leve, e o DJ Nyack. “Ser rapper não é uma necessidade, a gente tem que se identificar com o som. É claro que nós temos mais conhecimento com o que acontece no rap, mas queremos nos aventurar”, diz.

A empresa entra com um investimento financeiro e ajuda o músico a construir um plano de carreira. O objetivo é que em poucos anos o artista tenha liberdade para desenvolver sua carreira sozinho. “Mais do que uma relação de dependência, nós queremos uma parceria. E em pouco tempo se eu participar do trabalho de alguém tem que ser mais por identificação do que por necessidade”, entende o rapper.

Por enquanto, a Laboratório Fantasma não está em busca de novos artistas. “Por um ou dois anos são esses os nomes que vamos trabalhar e não queremos assinar com mais ninguém agora”, explicou o Fióti. Os irmãos dizem não querer “dar um passo maior do que a perna” e pretendem dar a devida atenção ao seu atual casting.

Atualmente Emicida cumpre expediente integral em sua empresa, mas nem por isso deixou de escrever suas próprias rimas. “Tem gente que fala que eu sou artista, deveria me dedicar só a fazer rap. Mas comigo não tem isso, antes eu vendia hot dog na porta da Portuguesa, era ajudante de pedreiro com meu padastro e chegava em casa e fazia rap, morou?”. No ano que vem ele deve lançar seu primeiro álbum de estúdio.

Agora a empresa também quer atuar como promotora de eventos. Na última quinta-feira de cada mês, realizará a festa “Estilo Livre”, no StudioSP Vila Madalena. A primeira edição será no dia 30 de agosto e terá show de Ogi. A Laboratório Fantasma já tem uma sede física, que fica no bairro de Santana, em São Paulo, além de diversos pontos de venda dos produtos comercializados pela empresa. Outro desejo é ampliar o espaço, para os fãs visitarem. “Queria um espaço para o pessoal chegar e ficar, curtir um som. É, meu chapa! Ambição!”, resume Emicida.

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