Cultura
O horror realista
O documentário Roman Polanski – A Film Memoir expõe a vida do cineasta, que assemelha-se a uma trama de suspense e horror psicológico já explorada por ele em alguns filmes


Romam Polanski – A film memoir
Andrew Braunsberg
Vista em retrospecto, na duração sintetizada de hora e meia, a vida de Roman Polanski assemelha-se a uma trama de suspense e horror psicológico que ele já explorou em alguns de seus filmes mais notáveis. Mas o que ele conta no documentário Roman Polanski – A Film Memoir, ainda que tenha lhe deixado traumas tão angustiantes como os de muitos personagens, vem na forma de uma conversa aberta, sincera e mesmo amigável, na medida do possível dos acontecimentos. Isso porque essa primeira troca de ideias com o cineasta depois do turbulento processo que incluiu sua prisão e quase extradição da Suíça, onde mora, para os Estados Unidos, onde seria julgado por acusação dos anos 1970, é conduzida por Andrew Braunsberg, colaborador e produtor frequente de Polanski. Um fato certo neste filme que estreou em Cannes dia 16 é que a imprensa não poderia conduzir tal encontro, posto que o diretor a convoca como grande inimiga em sua trajetória.
Jornalistas sempre estiveram presentes nos bons e maus momentos, mais nesses talvez, como se nota já no início da entrevista que dá conta de seu envolvimento com Samantha Geimer, então uma menor em 1977, com quem ele teria mantido relações sexuais nos Estados Unidos. Liberado da prisão domiciliar e da possibilidade de ser extraditado, o franco-polonês Polanski é entrevistado em seu chalé na Suíça e desfila uma memória de tragédias. Comenta emocionado desde sua passagem quando criança pelo gueto de Varsóvia e o desaparecimento de sua mãe num campo de concentração, até a morte da atriz Sharon Tate, sua mulher grávida então, por uma seita de fanáticos liderada por Charles Manson. Há uma tendência na conversação em buscar a equivalência impressionante desses tantos fatos, e apenas uma sugestão de que alguns remetem a filmes seus, caso de O Bebê de Rosemary, que teria justificado o assassinato da atriz. Mas também revelam-se referências afetivas em O Pianista, drama que concerne ao nazismo.
Romam Polanski – A film memoir
Andrew Braunsberg
Vista em retrospecto, na duração sintetizada de hora e meia, a vida de Roman Polanski assemelha-se a uma trama de suspense e horror psicológico que ele já explorou em alguns de seus filmes mais notáveis. Mas o que ele conta no documentário Roman Polanski – A Film Memoir, ainda que tenha lhe deixado traumas tão angustiantes como os de muitos personagens, vem na forma de uma conversa aberta, sincera e mesmo amigável, na medida do possível dos acontecimentos. Isso porque essa primeira troca de ideias com o cineasta depois do turbulento processo que incluiu sua prisão e quase extradição da Suíça, onde mora, para os Estados Unidos, onde seria julgado por acusação dos anos 1970, é conduzida por Andrew Braunsberg, colaborador e produtor frequente de Polanski. Um fato certo neste filme que estreou em Cannes dia 16 é que a imprensa não poderia conduzir tal encontro, posto que o diretor a convoca como grande inimiga em sua trajetória.
Jornalistas sempre estiveram presentes nos bons e maus momentos, mais nesses talvez, como se nota já no início da entrevista que dá conta de seu envolvimento com Samantha Geimer, então uma menor em 1977, com quem ele teria mantido relações sexuais nos Estados Unidos. Liberado da prisão domiciliar e da possibilidade de ser extraditado, o franco-polonês Polanski é entrevistado em seu chalé na Suíça e desfila uma memória de tragédias. Comenta emocionado desde sua passagem quando criança pelo gueto de Varsóvia e o desaparecimento de sua mãe num campo de concentração, até a morte da atriz Sharon Tate, sua mulher grávida então, por uma seita de fanáticos liderada por Charles Manson. Há uma tendência na conversação em buscar a equivalência impressionante desses tantos fatos, e apenas uma sugestão de que alguns remetem a filmes seus, caso de O Bebê de Rosemary, que teria justificado o assassinato da atriz. Mas também revelam-se referências afetivas em O Pianista, drama que concerne ao nazismo.
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