Cultura

O acaso domado

German Lorca volta a exibir as imagens que testemunhou

À espreita. Ladeira Doutor Falcão (1954), o instante casual da metrópole sob o lastro da experimentação
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Urbanas fotografias de German Lorca e Rubens Mano: corte e retenção


Casa da Imagem, São Paulo


Até 31 de março

O instante casual assim como o produzido atuaram com o mesmo valor e intensidade sobre a curiosidade do fotógrafo German Lorca. Interessa-lhe a composição justa, mais que o momento certo, sem que desperdice este quando se dá. É famoso seu registro do prédio da Oca, no Parque do Ibirapuera, então recém- -finalizado por Oscar Niemeyer. A foto encomendada para os festejos do IV Centenário, em 1954, ficaria mais significativa de uma cidade que se desenvolvia se nela estivessem personagens como a velha senhora puxando pela mão um menino de calças curtas. O encontro foi arranjado entre a avó e um dos filhos de Lorca. Seguiu-se assim, entre a realidade e a montagem, a carreira do profissional paulistano, agora com 90 anos e atuante, que teve início no testemunho do incêndio de um bonde por usuários revoltados com o aumento da tarifa.

A imagem inaugural, e ressalte-se verdadeira, é de 1947. Assim como as 35 fotos da cobertura oficial das solenidades do IV Centenário e outras 50 do cotidiano paulistano, ela integra a seleção da mostra Urbanas, da Casa da Imagem, a partir de sábado 15. São trabalhos realizados por Lorca entre as décadas de 1940, período em que se aperfeiçoa no ofício no Foto Cine Clube Bandeirante, e de 1970, quando havia aproveitado as experiências no próprio estúdio e integrava o nascimento da publicidade.

A maior parte traz seu olhar para flagrantes da metrópole, sem perder o lastro da experimentação. São quando surgem, sempre no preto e branco, os contornos através de uma janela embaçada dos espigões que subiam, os reflexos do andar apressado do pedestre nas poças da chuva ou ainda as sombras de homens à procura de emprego no jornal. São trabalhos de orgulho para ele, que adotou a solarização, processo de breve exposição à luz, tal qual um Man Ray dos trópicos. Como contraponto atual, colorido e analítico dos despojos da grande cidade, o fotógrafo Rubens Mano apresenta no mesmo local 13 fotografias e uma videoinstalação.

Urbanas fotografias de German Lorca e Rubens Mano: corte e retenção


Casa da Imagem, São Paulo


Até 31 de março

O instante casual assim como o produzido atuaram com o mesmo valor e intensidade sobre a curiosidade do fotógrafo German Lorca. Interessa-lhe a composição justa, mais que o momento certo, sem que desperdice este quando se dá. É famoso seu registro do prédio da Oca, no Parque do Ibirapuera, então recém- -finalizado por Oscar Niemeyer. A foto encomendada para os festejos do IV Centenário, em 1954, ficaria mais significativa de uma cidade que se desenvolvia se nela estivessem personagens como a velha senhora puxando pela mão um menino de calças curtas. O encontro foi arranjado entre a avó e um dos filhos de Lorca. Seguiu-se assim, entre a realidade e a montagem, a carreira do profissional paulistano, agora com 90 anos e atuante, que teve início no testemunho do incêndio de um bonde por usuários revoltados com o aumento da tarifa.

A imagem inaugural, e ressalte-se verdadeira, é de 1947. Assim como as 35 fotos da cobertura oficial das solenidades do IV Centenário e outras 50 do cotidiano paulistano, ela integra a seleção da mostra Urbanas, da Casa da Imagem, a partir de sábado 15. São trabalhos realizados por Lorca entre as décadas de 1940, período em que se aperfeiçoa no ofício no Foto Cine Clube Bandeirante, e de 1970, quando havia aproveitado as experiências no próprio estúdio e integrava o nascimento da publicidade.

A maior parte traz seu olhar para flagrantes da metrópole, sem perder o lastro da experimentação. São quando surgem, sempre no preto e branco, os contornos através de uma janela embaçada dos espigões que subiam, os reflexos do andar apressado do pedestre nas poças da chuva ou ainda as sombras de homens à procura de emprego no jornal. São trabalhos de orgulho para ele, que adotou a solarização, processo de breve exposição à luz, tal qual um Man Ray dos trópicos. Como contraponto atual, colorido e analítico dos despojos da grande cidade, o fotógrafo Rubens Mano apresenta no mesmo local 13 fotografias e uma videoinstalação.

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