Cultura

Nova maré africana

Formado em 2009, o quinteto paulistano Afroelectro não se limita ao afrobeat propagado pelo nigeriano Fela Kuti

Nova maré africana
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por Tárik de Souza

Uma nova maré africana assoma no país do jongo, do samba, do maracatu e do afoxé. Não vem filtrada pela aculturação dos imigrados. Faz ligação direta entre a matriz e afluentes. Formado em 2009, o quinteto paulistano Afroelectro não se limita ao afrobeat propagado pelo nigeriano Fela Kuti, hoje idioma corriqueiro entre muitos recém- -chegados à influência negra. Cultua outras correntes, como a Orchestre Poly-Rythmo de Cotonou, também da Nigéria, Kasai-All Star e Konono nº 1, ambos do Congo, e o onipresente etíope Mulatu Astatke.

Com ele, o baterista Sérgio Machado e o percussionista Mauricio Badé dividiram o palco em Paris, como acompanhantes do rapper paulista Criolo. O guitarrista do Afroelectro, Michael Ruzitschka, toca com Chico César. Denis Duarte, também percussionista, é líder do coletivo Frigideira, e João Taubkin (baixo e voz) atua com africanos contemporâneos como o multi-instrumentista marroquino Medi Nasule.

As linguagens locais escolhidas para o diálogo com instrumentos como kalimba, karkabou, djembe, tama, sabar, mais guitarras, teclados, vibrafone e rabeca, em faixas como Sika Blawa, Logun, Batuque Banto, Omin também fogem ao habitual. Entram adaptações do tambor de crioula de taboca, do Maranhão, versos de cavalo-marinho, de Nazaré da Mata, cantos e capoeira e candomblé, como os de Padinho. Essa africanidade eletrificada, reforçada pelas participações de Kiko Dinucci, Siba e Chico César, resulta num permanente estranhamento. Sempre com muito respeito a cada ouvinte/ pensa que o choque é 110/ mas é 120, avisa Sambada. E deixa no ar a provocação: Com o dedo na tomada/ ninguém protege o ouvido/ não trago o verso de volta/ depois dele ter saído.

Afroelectro


Independente

por Tárik de Souza

Uma nova maré africana assoma no país do jongo, do samba, do maracatu e do afoxé. Não vem filtrada pela aculturação dos imigrados. Faz ligação direta entre a matriz e afluentes. Formado em 2009, o quinteto paulistano Afroelectro não se limita ao afrobeat propagado pelo nigeriano Fela Kuti, hoje idioma corriqueiro entre muitos recém- -chegados à influência negra. Cultua outras correntes, como a Orchestre Poly-Rythmo de Cotonou, também da Nigéria, Kasai-All Star e Konono nº 1, ambos do Congo, e o onipresente etíope Mulatu Astatke.

Com ele, o baterista Sérgio Machado e o percussionista Mauricio Badé dividiram o palco em Paris, como acompanhantes do rapper paulista Criolo. O guitarrista do Afroelectro, Michael Ruzitschka, toca com Chico César. Denis Duarte, também percussionista, é líder do coletivo Frigideira, e João Taubkin (baixo e voz) atua com africanos contemporâneos como o multi-instrumentista marroquino Medi Nasule.

As linguagens locais escolhidas para o diálogo com instrumentos como kalimba, karkabou, djembe, tama, sabar, mais guitarras, teclados, vibrafone e rabeca, em faixas como Sika Blawa, Logun, Batuque Banto, Omin também fogem ao habitual. Entram adaptações do tambor de crioula de taboca, do Maranhão, versos de cavalo-marinho, de Nazaré da Mata, cantos e capoeira e candomblé, como os de Padinho. Essa africanidade eletrificada, reforçada pelas participações de Kiko Dinucci, Siba e Chico César, resulta num permanente estranhamento. Sempre com muito respeito a cada ouvinte/ pensa que o choque é 110/ mas é 120, avisa Sambada. E deixa no ar a provocação: Com o dedo na tomada/ ninguém protege o ouvido/ não trago o verso de volta/ depois dele ter saído.

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