No Rock in Rio, Elza Soares protesta: “Precisamos aprender a votar”

A cantora Elza Soares fez questão de deixar fortes mensagens políticas durante seu show neste domingo 29, no festival Rock in Rio, realizado na cidade do Rio de Janeiro. Entre homenagens à vereadora Marielle Franco, ao músico Evaldo Rosa dos Santos e à menina Ágatha Félix, assassinados a tiros na capital fluminense, Elza protestou contra o genocídio da população negra e pobre e a violência contra a mulher.

As mensagens levaram o nome de Elza aos assuntos mais comentados do Twitter. Em uma das declarações, a cantora pediu que as pessoas fossem às ruas para se manifestarem.

“Sonha, mas é preciso acordar, minha gente. Lutar, gritar, ir para as ruas. Aprender a votar. Aprender a votar porque vocês não sabem votar. Nós não sabemos. Vamos para as ruas, vamos buscar os nossos direitos. Esse Rio de Janeiro acabado, esse Rio de Janeiro completamente distorcido, cadê o povo? Cadê a voz da gente? Cadê as mulheres?”, protestou.

Em outro trecho, a artista repudiou a violência contra a mulher.

“Mulheres, a história agora é outra. Gemer, só de prazer. Chega de sofrer calada. Denuncie, por favor. É 180 neles, machistas não passarão. E não é não. Repete comigo”, disse Elza, levando o público a um enorme coro que repetiu “não é não”.

Em outra parte da apresentação, a cantora citou três casos de assassinatos brutais no Rio de Janeiro e pediu justiça à população negra e pobre.

“Ágatha Félix tinha oito anos. O músico Evaldo Rosa dos Santos levou 80 tiros. Marielle lutava pelos pobres, pelos negros, pelos pretos, por nosso povo. Chega! Chega de perseguir os negros, chega de perseguir os pobres. Mulher preta, coragem! Para frente! Por favor”, disse, enquanto, na tela, aparecia a frase “Eu não vou sucumbir”.

Em 13 de setembro, a cantora lançou o disco “Planeta Fome”, em que trata de dilemas sociais do Brasil e do mundo. Composto por 12 faixas, o álbum tem a participação da banda Baiana System, do cantor BNegão, entre outras colaborações.