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Holy Motors, que estreia nesta sexta 30, conta a história de Monsieur Oscar, um personagem que se traveste de mendigo a rico empresário e pai de família, em Paris, sob um viés de crítica social

Cena de Holy Motors, de Leos Carax
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Holy Motors


Leos Carax

Holy Motors, estreia de sexta 30, é um filme tão incômodo quanto a visão de uma limusine e suas medidas irracionais no trânsito engarrafado de uma metrópole. Demora-se um tanto supor que haja um veículo daquelas dimensões a não ser pela extravagância de alguns. De certa maneira, o francês Leos Carax, realizador considerado arrogante, fez valer a sua aqui dentro da máquina de fantasia do cinema. Não por acaso escolheu uma limusine, como aquela do Cosmópolis de David Cronenberg, para consumar o que alguns tratam como delírio. Não é, ou melhor, não é apenas isso.

Esse preceito delirante é sugerido, na verdade, no tom surreal de pronto estabelecido como opção de linguagem. O que parece causar ruído é o fato de o diretor nunca se desligar por completo de uma narrativa realista. Na sucessão de episódios, temos um personagem, Monsieur Oscar (Denis Lavant, ator fetiche de Carax), que se traveste de vários tipos, de mendigo a rico empresário e pai de família, num passeio em seu luxuoso carro por Paris. É no final, em cena que rompe de vez o laço com o desejo da razão, que Carax confirma suas influências como cinéfilo e crítico de uma sociedade que não sabe muito bem como registrá-lo.

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Holy Motors, estreia de sexta 30, é um filme tão incômodo quanto a visão de uma limusine e suas medidas irracionais no trânsito engarrafado de uma metrópole. Demora-se um tanto supor que haja um veículo daquelas dimensões a não ser pela extravagância de alguns. De certa maneira, o francês Leos Carax, realizador considerado arrogante, fez valer a sua aqui dentro da máquina de fantasia do cinema. Não por acaso escolheu uma limusine, como aquela do Cosmópolis de David Cronenberg, para consumar o que alguns tratam como delírio. Não é, ou melhor, não é apenas isso.

Esse preceito delirante é sugerido, na verdade, no tom surreal de pronto estabelecido como opção de linguagem. O que parece causar ruído é o fato de o diretor nunca se desligar por completo de uma narrativa realista. Na sucessão de episódios, temos um personagem, Monsieur Oscar (Denis Lavant, ator fetiche de Carax), que se traveste de vários tipos, de mendigo a rico empresário e pai de família, num passeio em seu luxuoso carro por Paris. É no final, em cena que rompe de vez o laço com o desejo da razão, que Carax confirma suas influências como cinéfilo e crítico de uma sociedade que não sabe muito bem como registrá-lo.

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