Cultura

Mulher de verdade

Shelley Winters, talentosa visão da realidade na fábrica de sonhos

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Shelley Winters (1920-2006) bem que tentou, no início, competir com as glamourosas loiras fatais de Hollywood. Mas as formas rechonchudas, a franqueza desconcertante, o humor imprevisível e certa sensualidade proletária a levaram a ser uma espécie de contrapeso de realidade na fábrica de sonhos.

Filha de um alfaiate, Shelley cresceu no Brooklyn. Na adolescência foi balconista de loja e corista de boate para pagar as aulas de teatro. Aos 18 anos fez um teste para o papel de Scarlett O’Hara em E o Vento Levou, mas o diretor George Cukor lhe aconselhou mais estudo. Foi o que ela fez. Quando chegou a Hollywood, alguns anos depois, era uma atriz de verdade.

Conquistou destaque crescente em filmes como Fatalidade (1947), do próprio Cukor, e o faroeste Winchester 73 (1950), de Anthony Mann. Mas o grande salto se deu com Um Lugar ao Sol (George Stevens, 1951): o papel da infeliz operária abandonada grávida rendeu-lhe sua primeira indicação ao Oscar. Mas também a condenou a viver mulheres infelizes.

Enfastiada com Hollywood, voltou ao teatro, ingressando no Actor’s Studio, onde passou de aluna a professora. Ganhou seu primeiro Oscar em 1959 por O Diário de Anne Frank e transitou gradualmente para o papel de mãe megera ou possessiva, que exerceu, com variações, de Lolita (1962) a Próxima Parada, Bairro Boêmio (1976), passando por Quando Só o Coração Vê (1965), que lhe deu seu segundo Oscar.Irônica e desbocada, expôs em duas autobiografias os podres de Hollywood e seus affaires com vários astros, além dos quatro maridos.Com um destes, Vittorio Gassman, teve sua única filha.

DVDs

Um Lugar ao Sol (1951)


Rapaz pobre (Montgomery Clift) vai trabalhar na empresa do tio rico e começa a namorar uma operária (Shelley Winters), mas se apaixona por uma linda socialite (Elizabeth Taylor). Grávida, a operária vira um estorvo a seu amor e a seus planos de ascensão. Clássico romântico baseado em Uma Tragédia Americana, de Dreiser.

O Diário de Anne Frank (1959)


Dirigida pelo mesmo George Stevens de Um Lugar ao Sol, Shelley Winters ganhou o Oscar de coadjuvante por seu papel de Petronella Van Daan, abrigada com sua família e com a família de Anne Frank (Millie Perkins) num esconderijo na Holanda ocupada pelos nazistas. Drama de guerra baseado nos diários da protagonista.

O Inquilino (1976)


Em Paris, o burocrata Trelkovsky (Roman Polanski) aluga o apartamento de uma moça que tentou se matar. Aos poucos ele se convence de uma sinistra trama para induzi-lo ao suicídio, da qual fariam parte seus vizinhos e a rabugenta concierge (Winters). Um dos filmes mais perturbadores de Polanski, inspirado em Topor.

Shelley Winters (1920-2006) bem que tentou, no início, competir com as glamourosas loiras fatais de Hollywood. Mas as formas rechonchudas, a franqueza desconcertante, o humor imprevisível e certa sensualidade proletária a levaram a ser uma espécie de contrapeso de realidade na fábrica de sonhos.

Filha de um alfaiate, Shelley cresceu no Brooklyn. Na adolescência foi balconista de loja e corista de boate para pagar as aulas de teatro. Aos 18 anos fez um teste para o papel de Scarlett O’Hara em E o Vento Levou, mas o diretor George Cukor lhe aconselhou mais estudo. Foi o que ela fez. Quando chegou a Hollywood, alguns anos depois, era uma atriz de verdade.

Conquistou destaque crescente em filmes como Fatalidade (1947), do próprio Cukor, e o faroeste Winchester 73 (1950), de Anthony Mann. Mas o grande salto se deu com Um Lugar ao Sol (George Stevens, 1951): o papel da infeliz operária abandonada grávida rendeu-lhe sua primeira indicação ao Oscar. Mas também a condenou a viver mulheres infelizes.

Enfastiada com Hollywood, voltou ao teatro, ingressando no Actor’s Studio, onde passou de aluna a professora. Ganhou seu primeiro Oscar em 1959 por O Diário de Anne Frank e transitou gradualmente para o papel de mãe megera ou possessiva, que exerceu, com variações, de Lolita (1962) a Próxima Parada, Bairro Boêmio (1976), passando por Quando Só o Coração Vê (1965), que lhe deu seu segundo Oscar.Irônica e desbocada, expôs em duas autobiografias os podres de Hollywood e seus affaires com vários astros, além dos quatro maridos.Com um destes, Vittorio Gassman, teve sua única filha.

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Um Lugar ao Sol (1951)


Rapaz pobre (Montgomery Clift) vai trabalhar na empresa do tio rico e começa a namorar uma operária (Shelley Winters), mas se apaixona por uma linda socialite (Elizabeth Taylor). Grávida, a operária vira um estorvo a seu amor e a seus planos de ascensão. Clássico romântico baseado em Uma Tragédia Americana, de Dreiser.

O Diário de Anne Frank (1959)


Dirigida pelo mesmo George Stevens de Um Lugar ao Sol, Shelley Winters ganhou o Oscar de coadjuvante por seu papel de Petronella Van Daan, abrigada com sua família e com a família de Anne Frank (Millie Perkins) num esconderijo na Holanda ocupada pelos nazistas. Drama de guerra baseado nos diários da protagonista.

O Inquilino (1976)


Em Paris, o burocrata Trelkovsky (Roman Polanski) aluga o apartamento de uma moça que tentou se matar. Aos poucos ele se convence de uma sinistra trama para induzi-lo ao suicídio, da qual fariam parte seus vizinhos e a rabugenta concierge (Winters). Um dos filmes mais perturbadores de Polanski, inspirado em Topor.

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