Cultura
Morreu Ray Manzarek, tecladista do The Doors
O companheiro de Jim Morrison morreu aos 74 anos, na Alemanha, vítima de câncer
Ray Manzarek, tecladista e membro fundador do The Doors, morreu nesta segunda-feira 20 aos 74 anos na Alemanha, depois de “uma longa batalha contra um câncer no ducto biliar”, segundo um comunicado publicado na página da mítica banda de rock no Facebook.
Manzarek formou o grupo com Jim Morrison em 1965 quando os dois se conheceram por acaso em Venice Beach, Califórnia, e morreu rodeado da esposa, Dorothy, e de seus irmãos, Rick e James, em uma clínica de Rosenheim, Alemanha.
Entre os sucessos da banda conhecidos internacionalmente estão, entre outros, “Light My Fire”, “L.A. Woman” e “Riders on the Storm”.
“Fiquei profundamente triste ao saber do falecimento, hoje, do meu amigo e colega de banda, Ray Manzarek”, declarou o guitarrista e antigo colaborador do The Doors, Robby Krieger. “Só estou feliz por ter conseguido tocar as músicas do The Doors com ele na última década. Ray era uma parte enorme da minha vida e sempre sentirei sua falta”, afirmou.
“Ray Manzarek foi maior que a vida. Ele fará falta”, afirmou Tom Vitorino, empresário do tecladista, em declarações à AFP. Slash, ex-guitarrista da banda de rock Guns N’ Roses, foi um dos primeiros a homenagear o tecladista, ao escrever em sua conta no Twitter: “Descanse em paz, Ray Manzarek, faltam palavras”.
Manzarek foi o responsável pela assinatura sonora do The Doors, incluindo o órgão marcante em canções como “Light My Fire”. Outros sucessos incluíram “Break On Through to the Other Side,” “The End” e “Hello, I Love You.”
Em 1998, ele escreveu o best-seller sobre sua vida na banda, intitulado “Light My Fire: My Life with The Doors” (‘Light My Fire’: Minha vida com o The Doors, em tradução livre). No longa “The Doors: o Filme” (1991), de Oliver Stone, ele foi interpretado por Kyle McLachlan.
O The Doors foi uma das maiores bandas dos anos 1960, vendendo mais de 100 milhões de álbuns, e ganhando 19 discos de ouro, 14 de platina e cinco de multi-platina só nos Estados Unidos.
Morrison, o carismático vocalista do grupo que revolucionou o rock psicodélico, morreu repentinamente, em 1971, aos 27 anos, decretando o fim de seu auge, embora o The Doors tenha continuado a se apresentar e a fazer músicas com diferentes formações.
O corpo do cantor foi encontrado dentro da banheira do apartamento que mantinha em Paris e chocou os fãs da banda. Como nunca foi submetido a uma necropsia, várias teorias conspiratórias surgiram para explicar a sua morte. Seus restos mortais acabaram sendo sepultados no cemitério Père Lachaise, na capital francesa, ao lado de outros notáveis, como os escritores Marcel Proust, Gertrude Stein e Oscar Wilde.
Jim Morrison mudou-se para Paris depois do lançamento de “L.A. Woman”, em 1971, e viveu no distrito do Marais, na época fora do circuito badalado da capital francesa, com a companheira Pamela Coulson. Foi ela quem o encontrou morto e a causa da morte oficialmente mencionada foi ataque cardíaco.
Manzarek, que se empenhou por manter acesa a chama do The Doors, chegou a sugerir outra possibilidade. Lembrando uma conversa mantida com Morrison em 1970, ele questionou se o intenso vocalista não teria simplesmente fingido a sua morte para iniciar uma nova vida incógnito.
Em 2011, Manzarek e Krieger lembraram os 40 anos da morte do cantor com uma apresentação com lotação esgotada no clube Bataclan, em Paris.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.