Cultura
Morre o escritor e filósofo Antonio Cicero, integrante da Academia Brasileira de Letras
Poeta era irmão da cantora Marina Lima, com quem assina composições em conjunto
Morreu nesta quarta-feira 23 o poeta, filósofo e crítico literário Antonio Cicero, integrante da Academia Brasileira de Letras (ABL). A morte foi confirmada pela Academia e pela cantora Marina Lima, irmã dele, nas redes sociais.
Pelo Instagram, Marina compartilhou uma imagem com uma fita preta em sinal de luto com o nome do irmão e os anos de nascimento e morte – ele tinha acabado de completar 79 anos. Cicero também era compositor e, em parceria com a irmã, assinou músicas de grande sucesso cantadas por ela, como À Francesa e Fullgás.
Diagnosticado com Alzheimer, Cicero foi submetido a um procedimento de eutanásia em uma clínica na Suíça. Ele deixou uma carta de despedida enviada a amigos próximos, informando sobre a doença e dizendo que estava “lúcido bastante” para compreender a situação e tomar a decisão. Leia mais sobre a carta clicando aqui.
Em postagem na rede social X, antigo Twitter, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lamentou a morte. “Nesse momento de tristeza, meus sentimentos ao seu marido, a sua irmã e parceira Marina Lima, e todos os amigos e admiradores desse grande poeta”, diz a nota.
Hoje nos despedimos do escritor Antônio Cícero, aos 79 anos. Poeta, letrista e filósofo, Antônio era imortal da Academia Brasileira de Letras e muitos conhecem seus poemas pelas canções com a sua irmã, a cantora Marina Lima. Nesse momento de tristeza, meus sentimentos ao seu…
— Lula (@LulaOficial) October 23, 2024
Nascido no Rio de Janeiro em 6 de outubro de 1945, filho de piauienses, Antonio Cicero ocupava a cadeira 27 da ABL desde agosto de 2017. Ele morou nos Estados Unidos, para onde o pai se mudou a trabalho, e iniciou os estudos em filosofia ao retornar ao Brasil. Concluiu os estudos em Londres, para onde se mudou durante a ditadura militar.
Poeta desde muito jovem, ele ganhou destaque público quando Marina Lima passou a musicar alguns dos textos do irmão. Além de Marina, teve músicas gravadas por nomes como João Bosco, Adriana Calcanhotto e Lulu Santos (com quem compartilha a composição de O Último Romântico, que tem também colaboração de Sérgio Souza).
Foi professor, coordenador de cursos de ensino superior, organizador de grandes eventos culturais, colunista do jornal Folha de S.Paulo e palestrante.
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