Cultura
Morre Nobel de Literatura Dario Fo
Crítico dos poderosos e renovador da commedia dell’arte, escritor italiano ganhou notoriedade internacional no início dos anos 1970
O escritor e dramaturgo italiano Dario Fo, Prêmio Nobel de Literatura de 1997, morreu nesta quinta-feira 13, aos 90 anos, anunciou o governo italiano. Ele estava internado num hospital de Milão há alguns dias devido a problemas respiratórios.
Escritor e também ator, Fo ganhou notoriedade internacional em 1969 com O mistério bufo, uma epopeia dos oprimidos inspirada na cultura medieval. Ele é ainda o autor de Morte acidental de um anarquista, obra também aclamada internacionalmente; A maconha da mamãe é a mais gostosa; e Não vamos pagar, tendo sido considerado um renovador da commedia dell’arte.
Ele permaneceu até o fim comprometido com o ativismo político, ridicularizando as autoridades, os poderosos e o clero com seu humor afiado e participando de manifestações públicas. No mês passado, esteve num protesto do movimento populista Cinco Estrelas, do comediante Beppe Grillo.
O primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, lamentou a morte de Fo, considerando que a Itália “perdeu um dos grandes protagonistas do teatro, da cultura e da vida civil”. Renzi destacou a “herança de um grande italiano do mundo”, lembrando “a obra satírica, a pesquisa, o trabalho cênico e a atividade artística multifacetada” do dramaturgo.
Fo nasceu no dia 24 de março de 1926 no pequeno município de Sangiano, província de Varese. Embora tenha estudado pintura e arquitetura, ficou conhecido principalmente por seu papel como dramaturgo.
Durante sua carreira esteve acompanhado da esposa, a atriz Franca Rame, que morreu em 2013. O casal formou um binômio intelectual consagrado essencialmente no teatro político e satírico, no qual narravam problemas da sociedade de seu tempo.
Durante sua longa trajetória, Fo escreveu mais de cem obras teatrais, que ele mesmo interpretava, além de vários livros.
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