Cultura

Morre Moraes Moreira, cantor e um dos fundadores do Novos Baianos

Icônico cantor e compositor baiano faleceu aos 72 anos em sua casa no Rio de Janeiro

(Foto: Divulgação)
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Morreu nesta segunda-feira 13, aos 72 anos, o cantor e compositor Moraes Moreira, um dos fundadores do grupo Novos Baianos. O cantor morreu em sua casa no Rio de Janeiro e, segundo a assessoria de imprensa, teve óbito confirmado por conta de um infarto fulminante no miocárdio por volta das 6h.

As informações sobre o velório e enterro não serão divulgadas pela família para evitar aglomerações, seguindo orientações dos órgãos de saúde em decorrência da pandemia de coronavírus.

Moraes Moreira nasceu na cidade de Ituaçu, na Bahia, e começou sua carreira na música tocando sanfona aos 12 anos de idade. Foi com a formação do grupo Novos Baianos, no entanto, que Moreira ficou nacionalmente conhecido em conjunto com Baby Consuelo, Pepeu Gomes, Paulinho Boca de Cantor e Luiz Galvão. Com o grupo, Moreira compôs o álbum Acabou Chorare, lançado em 1972, que foi considerado pela revista Rolling Stones como o melhor álbum da música brasileira.

Com o fim do Novos Baianos em 1975, o cantor saiu em carreira solo e, até então, já havia lançado mais de 20 discos.  Um dos grandes marcos do cantor foi o de ter sido o primeiro artista a cantar em um trio elétrico de carnaval, em conjunto com o Trio Elétrico Armandinho, Dodô & Osmar.

Em sua última publicação no Instagram, Moreira afirmou que estava “tocando e escrevendo sem parar” por conta da quarentena, e publicou um um curto cordel sobre o tema. Nele, o músico escreve: O que vale é o ser humano / E sua dignidade / Vivemos num mundo insano / Queremos mais liberdade, / Pra que tudo isso mude / Certeza, ninguém se ilude / Não tem tempo, nem idade”.

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Oi pessoal estou aqui na Gávea entre minha casa e escritório que ficam próximos,cumprindo minha quarentena,tocando e escrevendo sem parar. Este Cordel nasceu na madrugada do dia 17, envio para apreciação de vocês .Boa sorte Quarentena (Moraes Moreira) Eu temo o coronavirus E zelo por minha vida Mas tenho medo de tiros Também de bala perdida, A nossa fé é vacina O professor que me ensina Será minha própria lida Assombra-me a pandemia Que agora domina o mundo Mas tenho uma garantia Não sou nenhum vagabundo, Porque todo cidadão Merece mas atenção O sentimento é profundo Eu não queria essa praga Que não é mais do Egito Não quero que ela traga O mal que sempre eu evito, Os males não são eternos Pois os recursos modernos Estão aí, acredito De quem será esse lucro Ou mesmo a teoria? Detesto falar de estrupo Eu gosto é de poesia, Mas creio na consciência E digo não a todo dia Eu tenho medo do excesso Que seja em qualquer sentido Mas também do retrocesso Que por aí escondido, As vezes é o que notamos Passar o que já passamos Jamais será esquecido Até aceito a polícia Mas quando muda de letra E se transforma em milícia Odeio essa mutreta, Pra combater o que alarma Só tenho mesmo uma arma Que é a minha caneta Com tanta coisa inda cismo…. Estão na ordem do dia Eu digo não ao machismo Também a misoginia, Tem outros que eu não aceito É o tal do preconceito E as sombras da hipocrisia As coisas já forem postas Mas prevalecem os relés Queremos sim ter respostas Sobre as nossas Marielles, Em meio a um mundo efêmero Não é só questão de gênero Nem de homens ou mulheres O que vale é o ser humano E sua dignidade Vivemos num mundo insano Queremos mais liberdade, Pra que tudo isso mude Certeza, ninguém se ilude Não tem tempo,nem.idade

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