Cultura
Ministério da Cultura repudia cerimonial do Grammy por episódio com Milton Nascimento
O cantor foi posicionado em um local incompatível com sua trajetória


O Ministério da Cultura publicou nesta terça-feira 4 uma nota manifestando “repúdio” à decisão do cerimonial da premiação do Grammy 2025 de posicionar o cantor e compositor Milton Nascimento “em um local incompatível com sua trajetória, prestígio internacional e necessidades físicas.”
Para o ministério, a atitude “demonstra falta de sensibilidade e respeito a um dos maiores nomes da música brasileira”.
Antes do Minc, Milton havia se pronunciado a respeito do episódio em suas contas nas redes sociais. Ele esclareceu que não foi “barrado”, mas que optou por se ausentar do evento quando constatou, um dia antes, que o Grammy havia indicado “um lugar na arquibancada” e não “nas mesas – entre os artistas principais ali presentes” e ao lado da cantora e baixista Esperanza Spalding, com quem divide o disco Milton + esperanza, lançado em agosto do ano passado e indicado à premiação.
O artista brasileiro ainda agradeceu pelo apoio, pelo carinho e pela preocupação das pessoas que manifestaram indignação com a decisão da cerimônia do Grammy, ocorrida no domingo 2, em Los Angeles (EUA).
Também nas redes sociais, Esperanza Spalding publicou uma imagem sentada nas mesas principais da premiação com uma cartaz com uma foto de Milton afirmando que ele “deveria estar sentado ali” e que a não destinação do lugar “não pareceu certa.”
O disco de Esperanza e Milton concorria a melhor álbum de jazz vocal. O prêmio, no entanto, foi concedido à cantora e compositora estadunidense Samara Joy McLendon, pelo disco A joyful holiday.
Mílton Nascimento tem 82 anos, lançou 34 álbuns e recebeu diversas premiações nacionais e estrangeiras, incluindo cinco prêmios Grammy.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.
Leia também

‘Minas’, de Milton Nascimento, faz 50 anos; relembre o espetacular disco
Por Augusto Diniz
Possibilidades da cultura afro: Salloma Salomão vocaliza 4 canções em novo disco
Por Augusto Diniz
“O samba me salvou”
Por Augusto Diniz