Cultura

Masp ganha exposição em homenagem a Lina Bo Bardi

A exposição HABITAT presta uma justa homenagem à realizadora ítalo-brasileira e a sua multiplicidade como arquiteta

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A Lina Bo Bardi (1914-1992) os brasileiros devem ser eternamente tributários pelo Museu de Arte de São Paulo (Masp), pelo Sesc Pompeia e pelo Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA): são marcos da arquitetura nacional, reconhecidos mundialmente. Mas a cidadã ítalo-brasileira, nascida em Roma e naturalizada em 1951, foi bem mais que uma projetista. Podem-se incluir na lista as atuações como curadora, museóloga, expografista, crítica, pedagoga e editora cultural. A exposição Lina Bo Bardi: Habitat, uma justa homenagem realizada no Masp, fica em cartaz até o dia 28 de julho e revela a história por trás da versátil arquiteta.

Lina transformou imaginação em realidade no Masp e no Sesc Pompeia

Habitat era o nome da revista de arquitetura que ela e o marido, o marchand e crítico italiano Pietro Maria Bardi, editaram enquanto estiveram à frente do Masp. Plural e aberta a novas formas de pensar as artes e a arquitetura brasileiras, a publicação via na educação uma forma de romper com o eurocentrismo vigente no Brasil dos anos 1950. A revista era a forma que a modernista encontrou para investigar a cultura popular brasileira, preocupação onipresente na exposição do Masp, e que dialoga com o ano de eventos em torno do tema “Histórias das Mulheres, Histórias Feministas”.

Lina Bo Bardi (Foto: Olney Krüse)

Essa relação com a cultura nacional se estreitou a partir da atuação no Masp, o primeiro museu moderno no País, criado na Rua 7 de Abril, no Centro de São Paulo, e transferido para a Avenida Paulista em 1968. Lina defendia que o público brasileiro tivesse menos direcionamento e mais liberdade para contemplar as obras de arte.

Com os cavaletes de vidro utilizados para expor os quadros modernistas, presentes desde a inauguração do museu na Paulista, dessacralizou o conceito de museu-templo, frio e distante, e trouxe a transparência para o mundo das artes. A exposição contempla a trajetória de Lina como projetista, como na icônica Casa de Vidro, onde morou até a morte.

“Lina despede-se da arquitetura europeia e torna-se uma pessoa que está em pleno contato com seu habitat, repensando as dinâmicas sociais”, afirma José Esparza Chong Cuy, do Museum of Contemporary Art (MCA), de Chicago. Com tríplice curadoria (além de Cuy, Tomás Toledo, do Masp, e Julieta González, do Museo Jumex), Habitat seguirá para o México, em janeiro, e os Estados Unidos, em junho de 2020.

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